Um verdadeiro “rabo-quente” brasileiro?

Os esquemas que acompanhavam os conjuntos de montagem da Douglas, Comar, Induco etc. geralmente não detalhavam o procedimento correto para as ligações dos filamentos. Na figura 10 aparece a forma incorreta, à esquerda, de se fazer as ligações dos filamentos. O nome mais apropriado seria calefatores, por se tratar de válvulas de aquecimento indireto (filamento+catodo emissor de elétrons). Filamento seria o elemento emissor de elétrons nas válvulas de aquecimento direto, mas o termo já se consagrou também para as válvulas de aquecimento indireto, a grande maioria.

A maneira de se realizar as ligações das válvulas é importante para se minimizar o patamar de zumbido, por exemplo. A fiação dos filamentos, se mal executada, pode induzir ruído. A fiação para os filamentos preferivelmente deve ser a primeira a ser realizada. Isso já permitirá testar se a fonte de baixa tensão está funcionando corretamente e se todas as válvulas acendem.

Prefira trabalhar com fio torcido para a ligação dos filamentos. Nunca conduza a fiação dos filamentos em formato de “oito deitado” pelo circuito, criando elos de indução de tensão alternada, circundando os soquetes por exemplo Não disponha a fiação dos filamentos de forma que esta fique próxima dos terminais de grades das válvulas. O posicionamento dos soquetes das válvulas deve ser estudado para que a fiação dos filamentos possa ser conduzida pelo canto do chassi, como ilustrado na figura 10, à direita.

Figura 11. Fios rígidos, torcidos, para ligações de filamentos podem ser aproveitados de pares trançados de cabos de rede. Possuem ótima isolação e são fáceis de estanhar. Para a alimentação de filamentos adotavam-se antigamente fios de cor marrom. O marrom claro pode ser usado para a interligação dos pinos 3, o marrom escuro para os todos os pinos 4, por exemplo, nas válvulas miniatura de sete pinos. Com a parafusadeira facilmente consegue-se torcer os fios mais apertadamente. Com fio torcido, as tensões de zumbido cancelam-se mutuamente ao longo do condutor.

Como mencionado, o fio rígido é mais fácil de se manter na posição. O cabinho flexível requer mais serviço para se conseguir que se mantenha no formato adotado nas ligações, durante a montagem. O fio torcido pode ser aproveitado de cabos de rede ou enrolado com parafusadeira em baixa rotação (v. figura 11).

2 comentários sobre “Um verdadeiro “rabo-quente” brasileiro?”

  1. Fausto Trentini23 de setembro de 2024 às 7:57 AMResponder

    Nossa, que nostalgia que bateu! Mexer em rádios e televisões valvuladas que funcionavam tanto em AC como em DC!

    1. Dante Efrom4 de outubro de 2024 às 9:34 AMResponder

      Gratos pela mensagem, colega Fausto. A retrônica está na moda, a pleno vapor. Aproveitamos para relembrar aos leitores que os aparelhos antigos tipo CA-CC, ou seja, sem transformador, apresentam risco de choques elétricos potencialmente perigosos. A lida nesse tipo de equipamento deve ser executada por pessoas treinadas e adotando os indispensáveis procedimento e equipamentos de segurança, entre os quais o transformador de isolação. Recomenda-se também a adoção de IDRs, interruptores diferenciais residuais na bancada de serviços ou na instalação domiciliar. Em breve falaremos deles em ANTENNA. Abraço, permaneça em contato!

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