– É mesmo, Toninho… Em que mês estamos mesmo?
– Ué? Outubro! Qual é o problema?
– Hoje é dia doze de outubro, Toninho. Só isso.
– Ora… O que tem a ver o dia com… EI! Um momento… Hoje é feriado! O que vocês dois estão fazendo por aqui?
– O mesmo que você, Toninho. Quando cheguei aqui e me deparei com o Zé Maria e a padaria com pouco movimento é que me lembrei de que hoje é feriado.
– Acho que essas telas defeituosas estão fritando os nossos miolos. O jeito é voltar para casa.
– Tome seu café com o pãozinho com calma, Toninho, Vamos esperar você terminar.
– Enquanto isso, vamos continuar a nossa conversa.
– Se for sobre política, estou fora!
– Estávamos conversando sobre a evolução, Toninho. Com tantos anos na profissão, vimos como as tecnologias evoluíram.
– Puxa! Que legal! Quanto tempo você tem de oficina, Carlito?
– Quase sessenta. Zé Maria tem uns cinquenta. Por isso assistimos o surgimento e o ocaso de vários equipamentos.
– A conversa está ficando boa! E já que não vamos para a oficina, é melhor continuar com as histórias de vocês.
– Bom… Como sou o mais velho, claro que peguei verdadeiras peças que hoje estariam em um museu. Imaginem que os técnicos daquele tempo, no início dos anos 60, achavam complicado reparar um chassi de TV em preto e branco, ainda por cima toda valvulada.
– Ué? Mas nos anos 60 já tínhamos transistores a andar com o pé!
– Certo, Toninho, porém só eram utilizados nos circuitos de baixa potência e frequências não muito elevadas. No tal de “seletor de canais”, uma peça enorme, com um zilhão de contatos que se oxidavam com facilidade, eram utilizadas válvulas para as frequências de VHF, enquanto o canal de FI era transistorizado.
Realmente a evolução dos dispositivos é algo impressionante. Mesmo um conto fictício como esse nos lembra como tudo está bem diferente em relação a poucas décadas atrás. Parabéns e continuem assim!