– Viram só? Para nossa sorte poderíamos faturar com o reparo, e o cliente voltaria a assistir seus programas favoritos. A tela aparentemente, ainda está viva e vale a pena prosseguir à cata do defeito numa das placas do televisor.
– Note bem: Vale destacar que estes dois testes da tela não garantem totalmente que ela não tenha algum defeito, mas afastam a possibilidade de ela estar totalmente inoperante e aí vale a pena, a princípio, prosseguir no reparo.
– O próximo passo será fazer um teste de isolamento da placa Z-SUS. Neste caso, utilizaremos um multímetro digital na escala de diodos, medindo-se entre Z-SUS OUT e carcaça (terra) e com relação a tensão Vs que fica nesta placa. Em ambos os casos a leitura deverá ser similar àquela que se faz ao testar um diodo. Num sentido de polarização medirá aberto e no outro conduzirá como num diodo.
Neste caso o teste de isolamento da Z-SUS indicou que havia um curto incontestável nela.
– É a fonte! Disse Zé Maria ansioso.
– É… concordo, disse Carlito. Vale a pena dar uma olhada na dita cuja que é, quase sempre, desculpem o trocadilho, uma “fonte” de soldas frias por conta da alta dissipação dos componentes soldados com liga “lead free”.
– Então, meus caros neófitos de TVs de Plasma? Já dá para passar o orçamento para o cliente baseado no conserto da placa Z-SUS, digo, conserto mesmo, à moda antiga, para quem é Técnico com “t” maiúsculo. Nada de sair trocando placas alucinadamente.
Orçamento aprovado, nossos amigos partiram para o conserto da placa Z-SUS
Não foi preciso muito esforço para encontrar os “criminosos”: – dois IGBT’s 45F122 em curto.
– Um problema a resolver: Esses transistores são “antigos” e, geralmente, o que se encontra por aí são do tipo “la garantia soy yo” e, eu não caio mais nessas de “original” vendido pela Internet.
Porém, uma busca cuidadosa de “data sheets” e comparações, levou ao RJP30E2. Foram substituídos os quatro da placa Z-SUS, para garantir o sucesso.
– É chegada a hora do “vamos ver”, turma!
Ligado o televisor na tomada, com olhos e narizes bem abertos, dedos cruzados, e… tchan, tchan, tchan, cadê a imagem?
Zé Maria, que no fundo, parecia torcer para o “quanto pior melhor”, logo gritou:
– Eu não disse? Isso é coisa do demo!
Toninho, só observava, porém Carlito não perdia a pose e, enquanto ligava o osciloscópio, recitava um dos mantras de Sherlock Holmes que aprendera no livro do Paulo Brites: – “quando eliminarmos o impossível, o que restar, mesmo que improvável, deve ser a verdade”.