Paulo Brites*
Na parte I deste artigo eu prometi apresentar uma fonte DC ajustável “diferente” de 0 a 180V.
Hora de pagar a promessa.
Projetar uma fonte DC ajustável nesta faixa de tensão não é uma tarefa tão simples principalmente pelos transistores, que devem ter um VCE compatível, pois são poucas as opções, confiáveis, no mercado. Isso sem falar da corrente de coletor, caso se deseje que nossa fonte seja bem parruda no que diz respeito à carga que irá alimentar.
Por outro lado, não gosto de circuitos muitos complicados e com muitos componentes.
Na medida do possível, sempre busco utilizar o mínimo necessário sem, é claro, comprometer a performance.
O “diferente” desta fonte é que em vez de seguir o caminho tradicional e ajustar a tensão na saída eu vou ajustar a tensão na entrada.
Poderia fazer isso usando um triac para variar a tensão de entrada do transformador de modo similar aos dimmers utilizados para ajustar a velocidade de ventiladores de teto.
Entretanto, numa bancada de eletrônica este método pode não ser “muito saudável”, por conta das interferências que os triacs introduzem na rede elétrica, além de não se conseguir obter tensões muito baixas.
E para que colocar mais componentes no projeto se já tínhamos tudo que precisávamos para variar a tensão no primário do transformador de isolamento?
O “ovo de Colombo” estava ali – o variac!
Uma ponte retificadora e um capacitor de filtro ligado ao secundário do transformador de isolamento o qual tinha seu primário ligado ao varia. Simples assim!
*Professor de Matemática e Técnico em Eletrônica