Marcelo Yared*
O fator de amortecimento é um dos parâmetros usualmente medidos em amplificadores de áudio e, como muitas outras coisas em relação a eles, é objeto de controvérsias.
Em grupos de discussão e nas redes sociais encontramos muitas opiniões e avaliações subjetivas sobre essa característica dos amplificadores, com associações, também subjetivas, à qualidade ou ao valor de componentes que compõem os equipamentos.
Uma das associações mais comuns, com diversas variações, é com o valor da capacitância de filtro da fonte de alimentação do amplificador, vinculando o seu aumento a uma melhora nos graves, por conta do crescimento do fator de amortecimento.
Neste artigo, vamos testar essa hipótese, de forma simples, e verificar se isso procede.
Isso é importante, pois, na maior parte das vezes, por conta dessa associação, há a sugestão de se agregar mais capacitores de filtro ou mesmo trocar os originais por outros de maior valor e/ou de outro fabricante ou marca. Muitas vezes a diferença é muito grande e o preço também.
Então, para termos alguma ideia sobre se o que gastamos nesse tipo de modificação vale a pena, vamos ver os resultados em um caso real.
Um pouco de teoria
Antes de irmos para a prática, recomendo a leitura da primeira parte do artigo do professor Álvaro Neiva, em Antenna, sobre fontes de alimentação lineares, para que se entenda qual é a função dos capacitores de filtro e transformadores em uma fonte convencional de amplificadores de áudio. O artigo pode ser encontrado em
Também, temos que saber o que é o fator de amortecimento em um amplificador de áudio, que, doravante neste texto, chamaremos de FA.
O termo, em língua inglesa, damping factor, foi cunhado na década de 1940 por F. Langford Smith, o editor do famoso Radio Designers Handbook (conforme D. Self, em Audio Amplifier Design Handbook, 6ª edição, pág. 11).
*Engenheiro Eletricista