Há adeptos das montagens com a disposição dos componentes perfeitamente “em esquadro”, rigorosamente horizontalizados ou verticalizados. Entre o pessoal dos amplificadores valvulados de guitarra surgiu nos últimos tempos um outro modismo: o de dispor todos os componentes em paralelo, próximos entre si, montados em réguas com pinos. Além da estética, há alguma vantagem técnica nesses tipos de layouts? Difícil responder. Cada caso será um caso diferente. Somente montando protótipos e fazendo avaliações comparativas é que se poderá saber se há vantagens técnicas ou não.
Particularmente, pensamos que as montagens “bonitinhas”, com todos os componentes perfeitamente em paralelo, em réguas ─ como vemos em alguns amplificadores de guitarra ou high-end ─ apresentam apenas vantagens estéticas, não técnicas. Resistores em paralelo diminuem a sua confiabilidade, por ventilação insuficiente. Capacitores são componentes sensíveis ao calor. Determinados tipos de capacitores aumentam as suas taxas de falhas quando montados ao lado de resistores de potência, por exemplo, pela exposição ao calor.
Uma disposição bem ordenada dos componentes deve facilitar, igualmente, a identificação dos componentes e os serviços de manutenção no equipamento. Quando os componentes seguem um padrão organizado, facilita-se o exame do circuito e a detecção de falhas. Um layout bem organizado reduz igualmente a chance de acoplamentos indesejados entre os componentes do circuito. Tanto as medições como as substituições de peças ficam facilitadas. Ao soldar os componentes, procure dispô-los de forma que a identificação fique visível. O principal critério técnico nas montagens deve ser o da eficiência técnica e funcional, dos componentes e do circuito, antes que a “boniteza”.
As novas/velhas alternativas: os soquetes tipo “torre” ou vector. Na montagem da figura 8, na parte circulada em branco, foi utilizado para a válvula um soquete tipo torre ou vector, como também era chamado antigamente. O soquete tipo torre não era novidade, nas publicações e montagens estrangeiras. Lá fora era adotado principalmente nos aparelhos de construção compacta. No Brasil foi divulgado pela revista Eletrônica Popular, na edição de novembro de 1958.

Figura 9. Soquetes tipo torre de construção caseira. À direita, subunidades ou módulos prontos, também de montagem própria, para utilização nos circuitos mais comuns de amplificadores e receptores.