Figura 7. Parte inferior de chassi de antigo equipamento profissional de sonorização marca Cotempo, construído antigamente pelo engenheiro Egon Rudy Alscher, no padrão europeu (Siemens) de montagens. Chassi de ferro em chapa grossa, cabeamento encordoado, ligações de componentes soldadas em barras de terminais reforçados, uso de bornes de interconexões de estágios, etapas amplificadoras de potência e transformadores montados em separado do circuito misturador/pré-amplificador etc. A preocupação principal não era com a estética: privilegiava a eficiência, a robustez e a confiabilidade no funcionamento do equipamento, projetado para resistir a transporte e montagens em auditórios, teatros ou apresentações em espaços abertos.
Montagem “em esquadro” ou “ponto-a-ponto”: qual a melhor? Depende. Em circuitos de radiofrequências o padrão deve ser o de ligações curtas e diretas, antes do cuidado com a apresentação visual da montagem. Disposições de componentes cuidadosamente “em esquadro” deixam a montagem esteticamente agradável, mas nem sempre a “aparência bonita” é garantia de perfeito funcionamento dos circuitos.
Ligações de chaves de ondas, circuitos ressonantes, válvulas conversoras e osciladoras, requerem ligações curtas e diretas. Nos receptores antigos, em circuitos de RF eram adotadas conexões com fio nu, estanhado. Os contatos das chaves de ondas eram banhados em prata. Alguns indutores também eram enrolados com fios banhados em prata, por causa do efeito pelicular em RF.
Ligações curtas e diretas são essenciais para evitar a formação de indutâncias parasitas que podem comprometer a resposta em RF. O uso de fio nu, sem isolamento plástico, em chaves de ondas e monoblocos de RF reduz capacitâncias indesejadas. Ajuda também a evitar efeitos dielétricos que podem afetar a impedância do circuito. O fio nu, especialmente quando estanhado, confere melhor qualidade elétrica e maior estabilidade mecânica às conexões soldadas, algo crítico em chaves de ondas e ligações de bobinas.
