Será Que o Problema Era Esse?

Eu já havia lido, provavelmente nas páginas da Antenna, que era preciso encontrar o “melhor” ponto de aterramento no chassis, o que se fazia por tentativa e erro. Melhorava um “tiquinho”, mas, não resolvia 100% o problema. Desistimos.

Era contar que ouvidos das funcionárias do escritório, que era o ambiente mais silencioso, não fossem tão “exigentes” como os nossos.

Afinal, parafraseando a canção de Roberto e Erasmo, precisávamos acabar logo com aquilo e provar que existíamos e “éramos técnicos”, além de receber o dinheiro da empreitada.

Felizmente, ninguém tinha ouvido absoluto no escritório da empresa e o zumbido, que os três mosqueteiros da eletrônica ouviam, passou “batido”.

Recebemos a fatura e fomos fazer as contas para dividir o lucro. Que lucro?

Sentamo-nos numa mesinha da padaria perto da escola, que não era a Padaria do Mario do TVKX, e chegamos à conclusão que dava para comprar alguns pãezinhos, mortadela, guaraná e comemorar nosso primeiro projeto!

Valeu a pena?

Sim, porque como disse Fernando Pessoa – sempre vale a pena, se a alma não for pequena!

Será que o problema era esse?

Minha “memória de elefante” (velho) não lembra mais se chegamos a considerar esta questão da “polaridade” dos capacitores no acoplamento entre estágios, mas, com certeza, nem sabíamos que isso “existia” e, vamos combinar que, até pouco tempo, eu “também não sabia”!

Se era isso ou não, nunca saberei, mas a lição foi aprendida e, embora tardiamente, poderá servir para outros que se dedicam à reparação/restauração de equipamentos vintage.

Lembrando Noel Rosa, “não se aprende samba no colégio” e eletrônica, às vezes, “só no colégio”, também não.

Não estou a querer dizer que “a teoria não serve para nada”, pelo contrário, ela SEMPRE estará presente e como disse o Pequeno Príncipe de Saint-Exupéry, “o essencial é invisível aos olhos” e, neste caso, aos ouvidos também!

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