Naquele longínquo ano de 1968, o outro mosqueteiro, o Celso Fernandes, que, infelizmente, há muito tempo ficou encantado e foi morar em outra galáxia, era meu colega de turma no Curso Técnico de Eletrônica do saudoso Professor Trindade, trouxe um desafio – uma empresa, com a qual ele tinha contato, estava querendo colocar três intercomunicadores em suas dependências, um escritório e duas áreas de oficina, super barulhentas.
Chamamos o terceiro mosqueteiro, Gerard Walter Schumm, que também era aluno da escola, um ano à frente, e resolvemos apresentar uma proposta/orçamento para realizar a empreitada.
Ganhamos a “licitação” e era hora de arregaçar as mangas e tocar o projeto.
Seriam três amplificadores valvulados com um alto falante em cada um que serviria também como microfone. Os eletretos ainda não haviam chegado, pelo menos, aqui na “terrinha”.
Provavelmente, já havíamos visto esta “tecnologia” de usar alto falante como microfone nas páginas da Antenna.
Calcula-se daqui e dali, desenha-se “chapeado” para montagem, caixinha para instalar os bichinhos e vamos em frente. Montamos o circuito com o maior capricho, não saiu fumacinha, mas…
Sempre tem um “mas”, porque, na prática, a teoria é outra, como eu costumo dizer, ou melhor, ela fica “escondida”.
Por isso, não gosto de “montagens virtuais”. Sempre digo aos meus alunos, tem que se montar com componentes de verdade e ver o que acontece.
Os nossos amplificadores funcionavam bem, exceto por apresentar um, irritante, zumbidinho de 60Hz ao fundo.
Seria problema de filtragem da fonte? Caprichamos na dita cuja, usando até indutor no filtro em pi.
Tínhamos à nossa disposição um “poderoso” osciloscópio Heathkit de 5kc/s no laboratório da escola e podíamos, com auxílio dele, “caçar” de onde vinha o “zumbidinho”.
Fizemos “de um tudo”, como dizem por aí, e nada.
Fio “shieldado” para o filamento, calços de borracha nos soquetes das válvulas, blindagens nas ditas cujas, tensão DC no filamento da 12AX7 que servia de pré e nada resolvia.