Marcelo Yared*
Quem é mais “experiente” deve se lembrar da indústria de equipamentos de som da década de 1970 no Brasil.
Havia vários fabricantes nacionais e, no Rio de janeiro, alguns se destacavam. De cabeça, lembro-me da Embrasom (Tonos), da Yang, da Spectro e da FBL.
Todos desapareceram na passagem da década de 1980. Alguns equipamentos tinham qualidade muito boa, a ponto de se tornarem referência no mercado de áudio e cobiçados pelas equipes de sonorização. O “mixer” IC-3 Tonos era um exemplo.
Diversos desses equipamentos foram avaliados por Antenna, na Revista do Som. O amplificador AS-1120, da FBL, foi um deles, em fevereiro de 1974. Apesar de qualificado como bom e de ter uma montagem bem organizada citada pelos articulistas, os valores objetivos de distorção, potência e outros deixaram um pouco a desejar.
Este articulista e alguns amigos, dentre os quais um carioca, não desterrado como eu, o Jorge Chame, vez por outra aproveitamos alguma oportunidade para adquirir esses equipamentos. Coisa de gente saudosista, já se vê.
Pois bem, calhou de nós dois termos comprado exemplares desse amplificador citado, de versões com pequenas diferenças estéticas, mas, por dentro, idênticos.
Após alguns dias fuçando para colocar o meu amplificador para funcionar, resolvi testá-lo na bancada e, realmente, seu desempenho deixou muito a desejar. Não sei se por conta de algum problema de projeto ou fabricação, mas o Jorge também não ficou muito satisfeito com o dele.
Interessante é o fato de a montagem ser bem feita, modular, utilizar bons componentes etc, mas ele não se saiu bem. O projeto é bem típico do começo da década de 1970 e, eu diria, de concepção da década de 1960.
*Engenheiro Eletricista