Realimentação Negativa em Amplificadores

Para piorar as coisas, no passado se atribuiu a ela a culpa por algumas características sonoras dinâmicas que existiam nos amplificadores de então, que só foram compreendidas alguns anos depois. Descobriu-se depois que o problema estava em outras áreas do circuito dos amplificadores que se comportavam mal sob fortes doses de realimentação negativa global. As soluções foram descobertas, introduzidas e de lá para cá a qualidade sonora dos amplificadores modernos e bem projetados é simplesmente impressionante. Hoje em dia, a maioria dos fabricantes usa realimentação negativa global e os resultados são simplesmente excepcionais em alguns modelos e, como em tudo na vida, existe ao menos um efeito colateral da realimentação negativa global: é a chamada característica de saturação (clipping). Com pouca realimentação, o amplificador satura gradualmente quando muito exigido, fazendo com que a distorção por saturação seja suave. Esse tipo de distorção é chamado de “soft clipping”.

Com o uso da realimentação, o sinal de saída é forçado a ficar em seu valor máximo o tempo mais longo possível, mantendo a saída saturada por um longo período. Esse fenômeno é chamado de saturação forte, ou “hard clipping”. O efeito sonoro é perceptível, mas projetos modernos contornam esse problema introduzindo um circuito que faz com que o comportamento de um amplificador realimentado na condição de saturação seja de “soft clipping”.

Concluímos afirmando que com boas práticas de desenvolvimento de produto se consegue contornar os efeitos secundários em quase todos os problemas abordados. A tecnologia evoluiu muito na última década e não há hoje, em produtos bem projetados, problemas em se utilizar realimentação global em altas doses, desde que o produto seja muito bem projetado, e devemos lembrar, novamente, que amplificadores sem realimentação não existem.

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