A realimentação negativa não somente é um dos conceitos fundamentais da eletrônica moderna, como também é impossível se construir um amplificador de qualidade sem o seu uso. Tem-se falado que o uso de realimentação local (ou seja, ao redor de uma pequena parte do circuito sucessivas vezes) é superior á realimentação chamada de global (aplicada a todo o circuito de uma única vez). Elementos ativos como transistores e algumas válvulas inerentemente já possuem alguma realimentação intrínseca, e mesmo assim é impossível se construir um amplificador com eles sem o uso de realimentação local adicional ou de realimentação global. Além disso, o uso de pequenas quantidades de realimentação negativa só faz o produto em questão se tornar pior especificado e gerar maiores quantidades de distorção e outros defeitos, além do que a reprodutibilidade em produção se torna baixa.
Portanto, a primeira conclusão que chegamos é que qualquer amplificador ou pré-amplificador de áudio usa realimentação simplesmente para se manter em condições de responder em toda faixa de áudio e poder reproduzir o sinal recebido com baixa distorção, ou seja, amplificador sem realimentação negativa não existe! O que existe são alguns amplificadores que não usam realimentação negativa global e sim realimentação negativa local, mas partir do princípio de que amplificadores sem realimentação são factíveis é simplesmente uma afirmação que não faz sentido nenhum, e a desinformação é tão grande que uma famosa revista americana publicou há alguns anos um artigo prevendo que no futuro todos os amplificadores seriam sem realimentação. Isso é simplesmente desinformação publicada justamente por quem deveria fazer o contrário.
E por que a realimentação local é tão bem vista pela imprensa especializada? Ela é mais simples de ser implementada. Certas formas de instabilidade produzidas pela realimentação global são facilmente eliminadas pela técnica de realimentação local, logo, projetos que de início são ruins podem ser corrigidos de forma fácil através de realimentação local. Além disso, para a correta aplicação de realimentação global se necessita de um bom conhecimento de certas características do circuito que muitos projetistas não têm. Os erros a serem corrigidos são maiores, assim como outras características do produto em questão, o que levou muitos projetistas e empresas a fazer produtos ruins com realimentação global.