Rádios valvulados antigos captavam melhor as ondas curtas?

Figura 7. Com o aumento dos níveis de poluição radioelétrica nas faixas, pode não estar longe o dia em que precisaremos fugir para as montanhas, tomar o rumo de desertos ou outros pontos remotos, para que se possa sintonizar estações de sinais débeis, sem interferências. ─ Ilustrações: IA, por Microsoft Bing Image Creator.

Na atualidade, com a proliferação de dispositivos eletrônicos digitais, fontes chaveadas (SMPS), luminárias de LEDs, controladores de potência, equipamentos industriais, redes sem fio etc., o patamar de ruído em HF pode facilmente ultrapassar – 100 dBm ou 30 a 40 µV/m, dependendo do ambiente.

A unidade de medida dBµV/m é usada para quantificar a intensidade de um campo elétrico, expressa em decibéis, com referência a microvolts por metro. Essa medida é utilizada em radiocomunicações e engenharia de rádio para representar a intensidade de um sinal captado em uma determinada localização. Um campo de 1µV/m significa que 1 microvolt de tensão é induzido em uma antena calibrada.

Uma fonte de computador, dependendo da sua construção, pode gerar um nível de ruído de 30 a 70 dBµV/m. Assim, em prédios de apartamentos os vizinhos irão interferir-se mutuamente: um prejudicará a recepção do outro. Haverá poluição eletromagnética gerada no próprio apartamento e a captada da moradia contígua. Alguns roteadores apresentam níveis típicos de interferência em torno de 40 a 60 dBµV/m.

A medida dBµV/m é também empregada na verificação de conformidades de emissões eletromagnéticas, para garantir que dispositivos eletrônicos não emitam sinais acima de certos limites, minimizando interferências prejudiciais. É usada, igualmente, para garantir que o ruído gerado por diferentes dispositivos esteja “conforme”, não afetando as comunicações.

Ajuda, mas não resolve o problema das interferências. A solução indicada é uma via de mão dupla: não basta apenas melhorar a sensibilidade e a imunidade dos receptores frente às interferências prejudiciais. É preciso restringir cada vez mais as emissões prejudiciais (IRF/EMI) diretamente nas fontes poluidoras.

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