Rádios valvulados antigos captavam melhor as ondas curtas?

Figura 6. O patamar de ruído em HF varia conforme a frequência, propagação e com a localização. Nos ambientes urbanos (linha cheia), maior é a poluição radioelétrica interferente, principalmente nas frequências abaixo de 5 MHz. ─ Gráfico: Basu Bhattacharya, VU2NSB / “S-meter Noise Floor in HF Radio Receivers” / https://vu2nsb.com/s-meter-noise-floor-hf-receivers/ .

Indispensável em ondas curtas para melhorar o desempenho na captação de sinais débeis, uma antena adequada serve também para melhorar a relação entre o sinal e o ruído. Se a instalação de uma boa antena externa não é possível, por problema de espaço, alguns dexistas trabalham com antenas direcionais, tipo “loop” (antena de quadro).

Antenas tipo loop podem proporcionar ótimos resultados na “pescaria” de sinais de estações distantes, É o caso do colega Pedro Freitas, PU3WWV (https://www.facebook.com/pedro.c.freitas.3), dedicado restaurador e colecionador de equipamentos antigos de radiocomunicações. O colega Pedro é dexista e ostenta “broadcasting” até nas letras do indicativo de chamada de radioamador: WWV é a famosa estação que transmite sinais exatamente em 2,5, 5, 10, 15 e 20 MHz, que servem de padrão de frequência e padrão horário de precisão, desde 1945. Com uma antena loop, Pedro tem conseguido DXs de estações do exterior até em ondas médias, por exemplo. A faixa de ondas médias na atualidade é um segmento completamente soterrado pela poluição radioelétrica.

Certo é que o espectro eletromagnético era menos congestionado e menos ruidoso no passado, com menos fontes de ruído. Com isso, a captação de sinais fracos era facilitada. Estima-se que o piso típico de ruído nas faixas de 3-30 MHz, há 50 anos, nas áreas rurais, estivesse em torno de – 120 dBm ou aproximadamente 0 a 20 dBµV/m (decibéis microvolt por metro). A maior parte do ruído era de fontes naturais, atmosféricas e cósmicas.

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