E há receptores digitais modernos, tidos como “especiais para DXs em ondas curtas”, com desempenho sofrível, em comparação com muitos receptores antigos.
Figura 1. Monoblocos de RF (conjuntos de bobinas) da Douglas, desenvolvidos para a montagem de receptores valvulados. Para melhor desempenho, eram adotadas técnicas construtivas e componentes especiais, como indutores de alto “Q” com núcleos ferromagnéticos, chaves de ondas de baixas perdas com seção curto-circuitante para as bobinas não utilizadas, fios Litz, boas ligações à massa, fios rígidos e capacitores de ajuste banhados em prata, ligações curtas e diretas, para baixas capacitâncias distribuídas etc. Os monoblocos tinham a vantagem de já vir ajustados de fábrica.
Mesmo receptores valvulados de construção caseira eram capazes de apresentar sensibilidade de ± 2 µV (- 101 dBm) ou até menos em ondas curtas, desde que montados e ajustados com esmero, graças a bons conjuntos de válvulas e bobinas.
Receptores projetados pela Ibrape para montadores artesanais, usando transformadores de FI Philips de elevado “Q” e bobinas Comar, apresentavam excelente rendimento e sensibilidade de 2 a 3 µV em ondas curtas, em circuitos com apenas cinco válvulas.
Receptores digitais atuais como o XHData D-808, tido como de grande sensibilidade e muito popular atualmente entre os dexistas, não conseguem proporcionar o mesmo desempenho: apenas 10 µV em ondas curtas (- 87 dBm). Somente modelos profissionais modernos, de altíssimo preço, conseguem sobrepujar o desempenho de alguns receptores valvulados antigos.
Antigos X modernos. O que levava certos modelos valvulados a apresentarem recepção melhor do que muitos receptores digitais modernos? Nem todos, mas havia receptores super-heteródinos antigos que tinham desempenho excepcional em razão de bons projetos, bons circuitos, boas técnicas construtivas, além de componentes cuidadosamente escolhidos e testados.