Rádios valvulados antigos captavam melhor as ondas curtas?

Além das fontes de celulares e laptops, por exemplo, algumas fontes de ruído são pouco lembradas: luminárias das vias públicas, semáforos e outros dispositivos com LEDs, fornos de micro-ondas, chuveiros, veículos elétricos, inversores de painéis solares, aparelhos de solda elétrica, estações de recarga de baterias de veículos elétricos, equipamentos hospitalares de diatermia, linhas de energia, motores, televisores, monitores, impressoras etc.

Uma das piores fontes de ruído radioelétrico, o sistema PLC, Power Line Communication, ou BPL, Broadband over Power Line, de redes de comunicação de banda larga utilizando a linha elétrica, ao que consta está sendo abandonado. Felizmente. Funcionava na rede elétrica pública, tanto de baixa tensão, BT, como de AT, alta tensão, em alguns locais do Brasil, para a transmissão de dados, voz e imagem. Aparentemente o sistema foi desativado depois que os testes constataram problemas de perda de sinal nas conexões e nos medidores elétricos.

No sistema PLC ou BPL, qualquer ponto se convertia em fonte de interferência. Até os próprios cabos da rede elétrica se transformavam em antenas, gerando ruído eletromagnético que podia chegar, em alguns pontos, a 90 dBµV/m, afetando severamente a recepção de sinais nas bandas de HF. Em 14 MHz, um sinal interferente de 90 dBµV, pode corresponder a mais de S9 na leitura do essímetro de um receptor.

Poluição radioelétrica: um flagelo para a recepção. O nível de ruído, gerado por fontes artificiais, está cada vez mais presente nas bandas de ondas médias e ondas curtas. Se para alguns os veteranos receptores do passado tinham mais sensibilidade e melhor desempenho, também é preciso considerar que o patamar de ruído é mais elevado na atualidade, por causa da poluição eletromagnética gerada pelos modernos dispositivos eletrônicos.

O problema não é apenas de intensidade dos ruídos interferentes. Outra  grande dificuldade é que geralmente tais emissões prejudiciais tem a característica de banda larga. Não se restringem a uma frequência: a interferência se espalha por largos segmentos do espectro. Uma fonte de barras de LEDs, um chuveiro, um liquidificador, um forno de micro-ondas ou um carregador de bateria de celular, todos podem  espalhar interferências por amplas gamas de frequências, das ondas médias às ondas curtas.

Não podemos esquecer que alguns receptores digitais também geram ruído internamente ─ principalmente em alguns modelos mais baratos. Nos receptores digitais ocorre ruído de fase, que pode mascarar os sinais fracos. O próprio receptor produz o ruído interferente, o que nem sempre é percebido pelos usuários.

O nível de ruído de fase em alguns receptores portáteis, por exemplo, pode ser maior do que o dos sinais fracos. O ruído de fase geralmente não é informado pelos fabricantes dos receptores de menor preço. Tal informação consta geralmente apenas nos aparelhos profissionais. Ruído de fase é gerado principalmente em osciladores controlados por PLL (Phase-Locked Loop). O uso de DSP também pode gerar ruído digital, que introduz ruídos e perdas se o processamento não for de qualidade.

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