Radiola AR 812: O Primeiro Super-Heteródino Comercialmente Viável

Na verdade falamos sim super-heteródino, porque se trata de uma forma de recepção de rádio em que parte da amplificação, antes da demodulação, é realizada em uma frequência supersônica intermediária. Então, o “super” do super-heteródino, corresponde a “supersônico”, conforme a própria definição do dicionário Collins.

Para simplificar, esse é o diagrama de funcionamento de um rádio super-heteródino:

Mas voltando à história do aparelho, Armstrong tentou, por várias vezes reduzir o custo de produção do super-heteródino, contudo, sem sucesso. Somente em 1924, em parceria com o engenheiro Harry Houck, ele conseguiu torná-lo comercialmente viável, utilizando o princípio do circuito “reflex”, reduzindo o número de válvulas para 6. Foi a RCA, de David Sarnoff, a grande beneficiária desse progresso, tendo adquirido os direitos sobre sua comercialização[2]. O preço inicial do Radiola AR 812 foi de US$289.00 com as válvulas inclusas (mais ou menos o mesmo preço de um Ford modelo T!).

O circuito super-heteródino foi montado tanto no chamado “semi-portátil” AR-812, como no majestoso móvel do Radiola e em alguns toca-discos ortofônicos da Victor e da Brunswick. E é sobre o AR-812, especificamente que vamos tratar. Apenas para registro, o que se chamava de “semi-portátil”, pesava cerca de 20 quilos, sem contar o alto-falante!

O aparelho tinha um gabinete em madeira composta (não maciça como a maioria dos rádios dos anos 1920), com acabamento em mogno em duas tonalidades, antena de quadro interna, 2 compartimentos para baterias A e B, um pequeno compartimento interno para a bateria C e conexão para antena externa.

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[2] Até 1930 a RCA não produzia, apenas licenciava e comercializava. Quem produzia os rádios RCA eram a Westinghouse e a General Electric.

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