Na figura 15, observamos a resposta de um amplificador com D=20 aproximadamente (⟹ Ro≈0,4Ω), medido nos bornes de saída, pelo método explicado anteriormente pelo Eng. Marcelo Yared, aqui em Antenna, em duas situações:
- Em mostarda com uma carga de 8Ω resistiva;
- Em vermelho, com a carga de uma caixa acústica com impedância nominal de 8Ω.
Podemos observar uma grande variação da resposta em frequência (-2dB) devido à impedância da caixa acústica. Imaginem com um fator de amortecimento unitário (D=1)…
O mesmo raciocínio pode ser aplicado para as fontes de sinal ligadas à entrada de um amplificador e já vimos que casar a impedância da fonte com a de entrada do amplificador leva a uma perda de 50% da amplitude ou 6dB no nível de sinal, piorando a relação sinal/ruído… [ref. 5]
Para evitar a perda inevitável ao ser feito o casamento de impedâncias, bem como possíveis distorções não lineares ou alteração na resposta em frequência esperada, as entradas de amplificadores ou pré-amplificadores costumam ter como impedância de entrada, no mínimo, 5, 10 vezes, ou mais, que a impedância de saída das fontes de sinal ou de transdutores como microfones por exemplo.
De fato, olhando as expressões (1) e (2), é fácil observar que, se Ro → 0, teríamos a máxima tensão de saída, máximo fator de amortecimento e máxima eficiência… e o outro máximo de potência possível de se obter, o qual é obtido ao se variar (reduzir) Ro mantendo RL fixo, situação bem mais próxima da realidade dos sistemas de áudio, onde temos valores padrão para a impedância de alto-falantes. Esse máximo seria o valor de potência obtido com a tensão em circuito aberto disponível no amplificador:
Portanto, desde o aparecimento dos amplificadores para recuperar as perdas de potência, foi sendo abandonado, em sistemas de áudio, o uso de impedâncias de saída e carga casadas.
No lugar da MTP, Máxima Transferência de Potência, busca-se a MTT, Máxima Transferência de Tensão. Os amplificadores de áudio, com qualquer potência de saída, se configuram como Amplificadores de Tensão, na sua imensa maioria, com alta impedância de entrada e baixa impedância de saída frente a suas fontes de sinal e impedâncias de carga.
Olá Neiva, gostei muito do artigo e estou ansioso para ver muito mais.
Parabéns pela empreitada.
Forte abraço
Arnaldo Piacente.
Olá Arnaldo!
Obrigado, que bom que gostou!