Pré-Amplificadores e Processadores

Além disso, eles pressupõem que o sistema em que eles serão utilizados terão resposta em frequência tão plana que não precisarão de correções na resposta em frequência.  A simples ideia de que um controle possa alterar o sinal de áudio de forma que este não seja fiel ao sinal original já é suficiente, para a eliminação desses controles, segundo seus defensores.

Outra linha de pensamento utiliza controles de tonalidade, loudness e balanço e fornece uma chave By-Pass que retira esses controles do caminho do sinal, enviando-o diretamente para a saída. Sabemos que quanto mais etapas de processamento de sinal existem no sistema, maior a possibilidade de o sinal sofrer alguma degradação, mas isso justifica a ausência de flexibilidade no sistema? Os controles de tonalidade são realmente os grandes vilões da qualidade de um pré-amplificador?

A questão da flexibilidade proporcionada pelos controles tonais transcende o equipamento em si e vai muito além das fronteiras da reprodução eletrônica do sinal. Os principais fatores a serem levados em consideração estão apresentados abaixo.

O primeiro fator a se considerar é a qualidade das gravações existentes no mercado, que varia enormemente. Existem obras gravadas com excesso de graves, ou com falta de agudos ou com algum tipo de problema tonal. Gravações antigas geralmente apresentam alguma deficiência gerada pelas limitações técnicas da época, e ouvi-las do jeito que estão pode não ser a forma mais agradável. Pequenas correções tonais podem dar vida nova a gravações limitadas ou mal feitas e proporcionar uma experiência muito mais agradável.

O segundo fator a se considerar é o ambiente de audição, geralmente muito aquém do ideal. As salas utilizadas usualmente têm deficiências que podem ser corrigidas por meio do equipamento. Salas com absorção em alguma faixa de frequências são muito comuns, e o equipamento pode proporcionar a devida correção de forma simples, sem a necessidade de se alterar o ambiente para que ele fique acusticamente plano.

O terceiro fator é que a resposta em frequência das caixas acústicas utilizadas pode estar longe do ideal, apresentando alguma deficiência a ser compensada. Além disso, as interações das caixas acústicas com o ambiente se desenvolvem de forma complexa, que podem se traduzir em atenuação ou reforço em algumas frequências.

Por outro lado, controles tonais modernos e bem projetados quase não degradam o sinal musical. O desenvolvimento de controles de tonalidade ativos, em substituição aos passivos, trouxe uma evolução significativa na qualidade desses controles. E estes, se bem projetados, apresentam curvas elaboradas cuidadosamente para terem uma resposta adequada e não degradar a distorção e a relação sinal-ruído do pré-amplificador.

Há também a questão do desvio de fase que os controles tonais introduzem, mas esses erros de fase podem ser zerados em controles tonais bem projetados na condição plana e são bem menos prejudiciais à audição do que a ausência de correção tonal onde esta se faz necessária.

Em resumo, controles de tonalidade são indispensáveis para a correção de problemas de acústica das salas de audição, de problemas na curva de resposta de caixas acústicas e para corrigir o balanço tonal dos programas utilizados. Não os ter é deixar de ter flexibilidade para obter a melhor experiência auditiva possível.

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