Portanto, o tempo também precisa ser levado em consideração ao analisarmos termicamente a SOA. Para isso, vamos usar o dado fornecido pelo fabricante chamado de Resistencia Térmica Transiente (ou Transitória):
Fig. 2
Esse gráfico indica a possibilidade de se aplicar maior potência instantânea, que é o produto tensão x corrente em cada instante de tempo, durante intervalos de tempo menores. Isso acontece porque a temperatura do cristal de silício que forma o transistor não aumenta instantaneamente, mas tem uma inércia térmica, análoga a uma capacitância elétrica, mas com a temperatura como a variável de armazenamento de energia. Entendido isso, o comportamento térmico dos componentes passa a ser descrito por constantes de tempo, análogas às constantes de tempo RC dos circuitos elétricos.
Mas, por quanto tempo?
Os sinais de áudio tem como limite inferior, aproximadamente, a frequência de 20Hz, que tem um período de 1/20s ou 50ms. A corrente em cada transistor de um amplificador push-pull, classe B (ou AB, aproximadamente) fluirá durante meio ciclo desse sinal de 20Hz, ou por 25ms.
Mas sinais de áudio reais não são senoides, já que uma senoide existe durante todo o tempo, com amplitude (valor de pico) constante. Já os sinais de áudio se comportam mais como senoides amortecidas, ou pacotes de ruído, que se sustentam por, no máximo, 500ms [Meyer] se repetindo no compasso da música…
Portanto, se limitarmos a corrente a um valor de pico suportável por cada transistor durante esses 500ms com a VCE de curto e escolhermos um fusível que interrompa a corrente depois desse tempo, poderemos criar um estágio de saída seguro e que não interfira com o funcionamento normal do circuito.