Logo veio a ideia de transplantar o DNA desse abusado para um corpo maior… nele há detalhes como o deslocamento de bias do opamp e uma resistência interna relativamente elevada, que mantém o fator de amortecimento em 20, responsáveis por uma sonoridade bastante interessante.
Apesar de atender à maioria das situações de uso normal, afinal, a sala é pequena, as caixas (figura 1), são eficientes (90dB/1W/1m), e têm 8Ω de impedância nominal. Em situações com muita dinâmica ou com nível médio muito elevado, começa a faltar fôlego ao pequeno amplificador, mas isso demonstra muito bem o quanto o primeiro watt de potência é importante… (como mostrou o Nelson Pass).
Um dia, o Miguel Nabuco me pergunta se tenho o projeto de um amplificador pequeno, classe AB, para fazer os 5 canais de um sisteminha 5.1.
Pronto, nascia o AN-10!
Basicamente, a ideia seria aumentar a capacidade de corrente do estágio de saída, que é um buffer de corrente, para não sobrecarregar o opamp e evitar a entrada em ação da sua limitação de corrente. As tensões de alimentação permaneceriam as mesmas (±15V) e a impedância de carga poderia ser de até 4Ω. Sem a limitação de corrente, poderíamos chegar a uns 9Vrms, ou seja, 10W@8Ω ou 20W@4Ω, de potência contínua…
Para isso, adotei mais um estágio de ganho de corrente (Q2 e Q3), transformando em pares Darlington os transistores do estágio de saída (Q4, Q5, Q6, Q7), agora mais robustos, que funcionam como seguidores de emissor, complementares, em paralelo.
Fig. 3
Também adotei uma fonte de corrente, com 4mA de capacidade, realizada por Q1, D3, D4, R7 e R11, para fazer a polarização do estágio de saída e o deslocamento da polarização do opamp de entrada.