Os kits utilizavam componentes de boa qualidade, vinham bem embalados e com um detalhado manual de montagem e ajustes. E a empresa oferecia amplificadores bastante potentes, para a época, como o M-150, em sua série Hi-Fi “Miniwatt”
Para atender demandas por potências mais elevadas, a empresa adaptou o circuito do M-150 para uso com tensão de alimentação mais elevada (de 45VCC para 65VCC) e publicou o circuito na forma de uma Nota Técnica, de número RA-108.
Tive o prazer de conhecer um dos criadores dos kits da IBRAPE. Se minha memória não falha, tratava-se do Sr. Moreira. Além de vendedor técnico, resolveu desenvolver kits, a fim de aumentar aos vendas dos componentes da IBRAPE. Enchia os olhos dos experimentadores ao ver nas lojas da Rua Santa Ifigênia pilhas de kits embalados em caixas de isopor em capas azul e vermelhas . Muitos fabricantes de móveis também adotaram os Kits, para produção em série.
Eu e o amigo Luiz estávamos em apuros com os maus resultados da montagem de um kit monofônico de 10 W. Apesar de usar o chassis Incson e transformador da Tancham, o amplificador estava oscilando.
O Sr. Moreira nos deu uma série de dicas de “lay out” de fiação, como por exemplo usar pares torcidos, a fim de evitar as indesejáveis realimentações de sinais, bem como montar a plaquinha do pré-amplificador de cápsula magnética o mais próxima da base do chassis metálico.
Na época, o Sr. Moreira estava desenvolvendo um kit de amplificador monofônico de 50 W.
Causou-nos surpresa quando ele nos convidou para um teste de comparação entre o Kit transistorizado a germânio e um amplificador valvular. Os graves do kit eram mais poderosos que o valvular.
No meu entendimento, havia chegado o tempo de aposentadoria dos amplificadores valvulares.
Muito tardiamente compreendi por que o Sr. Moreira comparava a evolução de seu projeto transistorizado com um amplificador que havia atingido o “estado de arte”.
Excelente relato, Jonas! Obrigado!