O IBRAPE RA-108

Não custou caro e o uso de corte a laser torna o trabalho rápido e limpo. Como a montagem será compacta, praticamente do tamanho de um tijolo comum, a ventilação dos dissipadores de calor foi feita de forma generosa, com muitos furos de 5mm de diâmetro na área dos dissipadores de calor.

Devido à quantidade de furos e à espessura das chapas, elas ficaram um pouco empenadas, porém, na montagem, foi possível alinhá-las corretamente.

Antes de colocar tudo dentro da caixa, fizemos testes e ajustes, conforme descritos no manual da IBRAPE.

Basicamente, trata-se de ajustar R4 (utilizamos um trimpot “multivoltas”) para que a tensão DC em relação ao negativo da fonte seja de VCC/2 (no manual, fala-se em VCC igual a 65 sem carga e o ajuste em 30V) e R9 para que a corrente nos transistores de saída (T6 e T7) seja de aproximadamente 60mA. Seguimos o manual.

É absolutamente necessário que T3 esteja em contato térmico com os transistores de saída, e, em nosso caso, utilizamos um BD139 firmemente atarraxado no dissipador, com isolador, e bem próximo a T6.

Energizado o primeiro módulo, alimentando-o com 64VCC estabilizados e com a entrada de sinal em curto, foram feitos os ajustes e, então colocamos carga de resistiva de 8Ω, acoplada por um capacitor de 4700uF/63V, encontrando o que já imaginávamos que poderia acontecer: oscilações parasitas e “motorboating” apareceram no osciloscópio.

2 comentários sobre “O IBRAPE RA-108”

  1. Jonas Paulo Negreiros5 de fevereiro de 2024 às 11:43 AMResponder

    Tive o prazer de conhecer um dos criadores dos kits da IBRAPE. Se minha memória não falha, tratava-se do Sr. Moreira. Além de vendedor técnico, resolveu desenvolver kits, a fim de aumentar aos vendas dos componentes da IBRAPE. Enchia os olhos dos experimentadores ao ver nas lojas da Rua Santa Ifigênia pilhas de kits embalados em caixas de isopor em capas azul e vermelhas . Muitos fabricantes de móveis também adotaram os Kits, para produção em série.

    Eu e o amigo Luiz estávamos em apuros com os maus resultados da montagem de um kit monofônico de 10 W. Apesar de usar o chassis Incson e transformador da Tancham, o amplificador estava oscilando.

    O Sr. Moreira nos deu uma série de dicas de “lay out” de fiação, como por exemplo usar pares torcidos, a fim de evitar as indesejáveis realimentações de sinais, bem como montar a plaquinha do pré-amplificador de cápsula magnética o mais próxima da base do chassis metálico.

    Na época, o Sr. Moreira estava desenvolvendo um kit de amplificador monofônico de 50 W.
    Causou-nos surpresa quando ele nos convidou para um teste de comparação entre o Kit transistorizado a germânio e um amplificador valvular. Os graves do kit eram mais poderosos que o valvular.

    No meu entendimento, havia chegado o tempo de aposentadoria dos amplificadores valvulares.
    Muito tardiamente compreendi por que o Sr. Moreira comparava a evolução de seu projeto transistorizado com um amplificador que havia atingido o “estado de arte”.

    1. Antenna7 de fevereiro de 2024 às 6:57 PMResponder

      Excelente relato, Jonas! Obrigado!

Deixe um comentário