A fonte de alimentação é a sugerida no projeto, com um pequeno aumento na capacitância de filtro (de 3 x 2500µF para 2 x 4700µF), com fusíveis de 4A para proteção de cada canal.
No lugar dos BYX4 utilizei dois diodos de 6A por 400V. Minha placa da fonte tem bastante área de cobre no ponto de soldagem deles, para dissipar o calor gerado.
Quanto a essa fonte, ainda, a citada no manual, acredito que se trata de uma unidade capaz de alimentar dois módulos em ponte (250W + 250W), pois suas especificações, bem como a dos diodos (Ifrm de 12A!) suportam folgadamente uma unidade apenas, assim, em meu caso, calculei e enrolei um transformador com a capacidade para um módulo em ponte.
Para tanto, adquiri no Mercado Livre 55mm de chapas EI usadas, com perna central de 38mm. O material veio com o carretel, e as especificações seguem abaixo. Enrolei dois primários de 110VCA, e o enrolamento ficou justo na janela.
As especificações são:
Primário: 185+185 espiras de fio #20AWG
Secundário: 86+86 espiras de fio #17AWG
Nota: Quem for enrolar da maneira correta para as redes brasileiras modernas (primário de com derivação de 127VCA e de 220VCA) deve usar núcleo de perna central maior, com mais área para enrolamento.
O trafo funcionou a contento e com baixas perdas. O fio esmaltado foi adquirido em loja que vende material para enrolamento de motores e as tampas na Transformadores Líder, em São Paulo.
Providenciei, em uma metalúrgica local, uma caixa de aço compacta para o RA-108.
Tive o prazer de conhecer um dos criadores dos kits da IBRAPE. Se minha memória não falha, tratava-se do Sr. Moreira. Além de vendedor técnico, resolveu desenvolver kits, a fim de aumentar aos vendas dos componentes da IBRAPE. Enchia os olhos dos experimentadores ao ver nas lojas da Rua Santa Ifigênia pilhas de kits embalados em caixas de isopor em capas azul e vermelhas . Muitos fabricantes de móveis também adotaram os Kits, para produção em série.
Eu e o amigo Luiz estávamos em apuros com os maus resultados da montagem de um kit monofônico de 10 W. Apesar de usar o chassis Incson e transformador da Tancham, o amplificador estava oscilando.
O Sr. Moreira nos deu uma série de dicas de “lay out” de fiação, como por exemplo usar pares torcidos, a fim de evitar as indesejáveis realimentações de sinais, bem como montar a plaquinha do pré-amplificador de cápsula magnética o mais próxima da base do chassis metálico.
Na época, o Sr. Moreira estava desenvolvendo um kit de amplificador monofônico de 50 W.
Causou-nos surpresa quando ele nos convidou para um teste de comparação entre o Kit transistorizado a germânio e um amplificador valvular. Os graves do kit eram mais poderosos que o valvular.
No meu entendimento, havia chegado o tempo de aposentadoria dos amplificadores valvulares.
Muito tardiamente compreendi por que o Sr. Moreira comparava a evolução de seu projeto transistorizado com um amplificador que havia atingido o “estado de arte”.
Excelente relato, Jonas! Obrigado!