Dante me indicou o Dr. Engenheiro Alexandre Simionovski, que, atenciosamente, após algumas discussões sobre o assunto, nos ofereceu uma solução adequada.
Ocorre que esse material, GO, é mesmo difícil de se obter e caro, além de ter que ser verificada a característica de orientação do grão, pois ela pode variar conforme o fabricante; assim o Dr. Alexandre sugeriu recalcular o núcleo para o uso de grão não-orientado, que é comum, mais barato e fácil de se encontrar.
Neste caso, o entreferro (gap) do núcleo teria que ser recalculado; no transformador original ele não é necessário. Com o núcleo NGO, mantida, ou aumentada, a indutância no primário, poderia haver a necessidade de um entreferro.
Encomendei então um transformador com a Schatz, adequado para substituir o 1100D, e eles poderão fabricar conforme haja demanda, bastando entrar em contato (http://www.schatz.eng.br/). Na próxima parte deste artigo, iremos descrever os resultados com esse núcleo.
Passemos agora à montagem do RA-105 propriamente dita.
Esse circuito tem algumas características interessantes, além do transformador impulsor; a saída trabalha em contrafase, com polarização fixa de base para definição de sua corrente de repouso, por intermédio de R15, R16, R17 e R18, no esquema da figura 1.
Se considerarmos desprezíveis as correntes quiescentes de base de T4 e T5 e a resistência dos enrolamentos secundários de Tr1, então a tensão Vbe, nessa condição, para VCC de 45V, será igual ou inferior às tensões em R16 e em R18, ou seja,
Vbe4,5 ≤ 45V x (4,7Ω/(4,7Ω+500Ω)) ≈ 0,42V
Vemos que os transistores estão ainda em situação próxima ao corte.
Com essa polarização inicial, poderá ocorrer distorção de transição (crossover) significativa e talvez este tenha sido o motivo do circuito ter sido modificado para a inclusão de controle térmico, conforme os artigos posteriores da Ibrape.
Assim, se os valores de R19 e R20 (RE) forem adequados, a tendência é que as variações de corrente de base, com as consequentes variações em emissor, não sejam suficientes para que ocorra corrida térmica e a destruição de T4 e T5. O uso de termistores ou diodos para auxiliar nessa compensação permite RE menor e maior eficiência do estágio de saída.
Para a estabilidade térmica, nessa configuração de saída, é necessário o correto dimensionamento dos dissipadores de calor de T4 e T5, e que os valores de R19 e R20, em seus emissores, sejam suficientes para que os aumentos das correntes de coletor de T4 e de T5, decorrentes do aquecimento de suas junções, sejam compensados pela redução que eles irão impor à tensão entre base e emissor dos transistores.
O artigo ficou excelente. Não fossem as fotos do instrumental moderno eu diria que estava lendo uma ANTENNA dos anos 70. É impressionante como um projeto daquela época ainda é atual e funcional. Aquela turma da IBRAPE era fora de série. Eu cheguei a montar esse amplificador, na época, com transformadores da Willkason, que lançou os dois (fonte e drive) em kit. Sua placa deve estar repousando em algum “buraco negro” do meu laboratório. Uma hora dessas eu acho. E obrigado pela citação.
Excelente amplificador, poderia me informa a classe dele ?
Classe B, Tadeu.