O circuito de 1969 tem estabilização térmica do estágio de saída que utiliza termistores. O publicado na década de 1980 é idêntico ao de 1969. O montado pelo Gilberto tem polarização fixa. Foi, aparentemente, um circuito de muito sucesso, e sua simplicidade e funcionalidade gerou muitas versões interessantes, algumas das quais serão citadas adiante.
A placa é da época, tem quase 50 anos, e estava um pouco oxidada. Limpamos, com cuidado, e envernizamos a face cobreada. Ela tem quatro erros na serigrafia; o resistor marcado como sendo de 330Ω é, na verdade, de 3,3Ω e o resistor que está marcado R6 é, na verdade, R5 no esquema, e deve ser ajustado para obtenção da corrente de trabalho correta em T3 e T1 e T2 estão invertidos em relação ao encapsulamento padrão dos BC. Também há uma falha na face cobreada, de fácil correção. Não me espantaria o fabricante da placa ter cometido esses erros de propósito, para se proteger de copiadores, pelo menos aqueles sem muito conhecimento de eletrônica.
Nosso colaborador, o professor José Roberto Pereira, gentilmente, nos mandou farta documentação sobre esse projeto da Ibrape, o que foi útil para a feitura deste artigo.
Outras informações úteis sobre ela também nos foram passadas pelo Arthur Tadeu lioy, indicado pelo Gilberto Guarany, e a quem também agradecemos, que é especialista em áudio e conheceu o técnico que fabricou as placas, já falecido, e que se chamava Humberto Torres de Carvalho.
Segundo o Arthur, o Humberto foi o responsável por sonorizar boa parte das boates do Rio de Janeiro na época (década de 1970), utilizando esse circuito, e ele dizia que, das quase duas mil placas que montou, apenas três retornaram com problemas construtivos.
Ok, mas, se o circuito já foi avaliado e foi objeto de artigos em Antenna, anteriormente, o que faremos agora?
Pretendemos avaliar o circuito original da Furacão, sem os controles térmicos da versão mais recente da Ibrape, e compará-lo com esta última.
Também iremos comparar o desempenho do circuito com transformadores impulsores diferentes: o original, de núcleo grão orientado (GO), que era comercializado pela Audium sob código 1100D, e um com núcleo com grão não-orientado (NGO).
Para quem quer, hoje, montar um amplificador destes, seja por hobby ou porque tem aplicação prática, esse transformador impulsor original é um problema. Ferro-silício de grão orientado é material difícil de se obter e caro.
Pesquisando na Internet, encontramos, no Brasil, apenas uma loja que o vende no varejo, apenas a quilo, com custo elevado. Nessa pesquisa, consultei, por intermédio de nosso colaborador Dante Efrom, a Schatz Transformadores, para encomendar o transformador.
O artigo ficou excelente. Não fossem as fotos do instrumental moderno eu diria que estava lendo uma ANTENNA dos anos 70. É impressionante como um projeto daquela época ainda é atual e funcional. Aquela turma da IBRAPE era fora de série. Eu cheguei a montar esse amplificador, na época, com transformadores da Willkason, que lançou os dois (fonte e drive) em kit. Sua placa deve estar repousando em algum “buraco negro” do meu laboratório. Uma hora dessas eu acho. E obrigado pela citação.
Excelente amplificador, poderia me informa a classe dele ?
Classe B, Tadeu.