O Ibrape RA-105

O consumo do amplificador e de sua fonte foi, a 103W na saída, de 193W, mostrando boa eficiência, em torno de 55%.

A fonte de alimentação sugerida para o RA-105, não estabilizada, fornece aproximadamente 50VCC simétricos sem carga, e, se o transformador for de boa qualidade, com carga máxima será possível alcançar os 100W declarados, como ocorreu com nosso protótipo.

Pesquisando melhor a origem e a utilização desses circuitos da Ibrape, bem como ouvindo os especialistas acima citados, que viveram essa época, vemos que o RA-105 é um projeto muito bom, considerado o contexto.

Seu “Calcanhar de Aquiles” é a rejeição ao ruído, que, entretanto, não compromete muito. Creio que um leiaute criterioso da placa, particularmente quanto ao aterramento e às conexões de entrada, poderiam melhorar muito este quesito.

Para sonorização de grandes ambientes, o RA-105 serviu muito bem, com custo baixo, facilidade de montagem e componentes acessíveis, mesmo hoje. 

Aqueles que se divertiam, na década de 1970, nas boates e shows no Rio de Janeiro, muito provavelmente, dançavam ao som reproduzido por esses equipamentos, e mesmo outros, industriais, que também utilizavam o Audium 1100D e a configuração na RA-105, como foi o caso da Staner.

Posteriormente, conforme relatos na Internet, variações desse circuito surgiram: como o estágio de saída e o transformador excitador apresentam simplicidade e boa performance, alguns montadores “bolaram” soluções engenhosas para aumentar a potência e melhorar a qualidade sonora, tais como:

– substituir T1, T2 e T3 por um amplificador integrado, tipo o TDA2020, fornecendo potência suficiente para o transformador excitador (coisa de alguns watts);

– montar uma versão diferente do transformador excitador, com 4 secundários, alimentando dois pares (ou mais) de 2N3055 em configuração “bridge”, de forma que o amplificador possa fornecer 400W, ou mais (!), à carga, com baixo custo.

E, por enquanto, ficamos por aqui. Na segunda parte deste artigo avaliaremos o RA-105 com o transformador comprado da Schatz, de grão não-orientado. Esperamos que a empresa, seus empregados, o Dr. Alexandre e seus familiares estejam bem e que, em breve, a enchente que assolou o Rio Grande do Sul fique apenas no passado.

No mais, só temos a agradecer a Dante Efrom, Gilberto Guarany, Arthur Tadeu, ao Dr. Alexandre Simionovski, ao Prof. José Roberto e a Christian Luloian pelo apoio e pelas informações necessárias para a confecção deste artigo.

Até breve!

3 comentários sobre “O Ibrape RA-105”

  1. José Roberto Pereira16 de maio de 2024 às 11:19 AMResponder

    O artigo ficou excelente. Não fossem as fotos do instrumental moderno eu diria que estava lendo uma ANTENNA dos anos 70. É impressionante como um projeto daquela época ainda é atual e funcional. Aquela turma da IBRAPE era fora de série. Eu cheguei a montar esse amplificador, na época, com transformadores da Willkason, que lançou os dois (fonte e drive) em kit. Sua placa deve estar repousando em algum “buraco negro” do meu laboratório. Uma hora dessas eu acho. E obrigado pela citação.

  2. Jose Tadeu R T Rocha25 de junho de 2024 às 12:09 PMResponder

    Excelente amplificador, poderia me informa a classe dele ?

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