O CONTROLE DE AUDIBILIDADE… trocado em miúdos

A partir dessa linha é que iremos atenuar o volume  Se, partindo do nível de referência de 90 dB, resolvermos atenuar por exemplo 40 dB (em 1 000 ciclos por segundo), vamos encontrar uma nova linha curva, que é a do nível de 50 dB (curva C: 90 — 40 = 50 dB).

Observando com atenção a Fig. 1, vemos que a região das frequências baixas, na curva C, se inclina muito mais para cima do que na curva A.

Tem havido um grande número de mal entendidos a respeito da interpretação do real significado dessas curvas, conduzindo inclusive a projetos errôneos, esparrela essa em que este seu amigo já caiu também. Mas é errando que se aprende.

Vamos tentar deixar bem claro este ponto.

Quando um compositor, ou um fabricante de instrumentos musicais, compõe uma peça ou fabrica um instrumento, ele tem em mente produzir um certo timbre, mas sempre esperando urna execução em nível de audição normal. Quando reduzimos o volume de nosso alto-falante, então o nível deixa de ser o normal e o timbre se modifica. Será preciso restaurá-lo em sua qualidade original, isto é, aquela que seria obtida se o volume fosse o mesmo que o do próprio instrumento numa execução “ao vivo”.

Voltando ainda uma vez às curvas A e C da Fig. 1, vemos que, se em vez dos 1 000 ciclos por segundo, considerássemos uma frequência de 100 ciclos, por exemplo, precisaríamos de uma intensidade de 66 dB para obtermos a mesma “sensação” de volume que em 1 000 ciclos só requeria uma intensidade de 50 dB. Para manter a mesma sensação e, portanto, o mesmo timbre será necessário compensar 66 — 50 = 16 dB em 100 ciclos.

Entendido isso, e seguindo a mesma linha de raciocínio, podemos construir as curvas da Fig. 2, que foram obtidas medindo quantos dB precisamos compensar em cada frequência para os diferentes níveis de audição. Em nossa Fig. 2, as curvas B e C foram realmente construídas ponto a ponto, ao passo que as curvas D e E foram simplesmente interpoladas. O erro cometido não é grande.

Vemos agora que, não atenuando nada, a curva A da Fig. 1 pode ser representada na Figura 2 como uma linha reta, pois sendo ela o nosso nível de referência, não necessita compensação alguma. Para uma atenuação de 20 dB, por exemplo, vemos pela Fig. 2 (curva B) que teríamos que compensar 13 dB em 40 ciclos, 7,5 dB em 100 ciclos. 1 dB em 400 ciclos, nada entre uns 600 e uns 2 500 ciclos, 1 dB em 5 kc e 3 dB em 10 kc. Se a atenuação escolhida for de 40 dB, vemos que será preciso compensar (curva C da Fig. 2) 26 dB em 40 ciclos, 15 dB em 100 ciclos, 2 dB em 400 ciclos, nada entre uns 700 e uns 2 000 ciclos, 2,5 dB em 5 kc e 5 dB em 10 kc.

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