Esta última expressão nos dará a relação entre a tensão de entrada e a de saída, isto é, quantas “vezes” a tensão de entrada é maior que a de saída, Isto nos fornece um meio cômodo de entrar com este número de “vezes” diretamente numa tabela de dB, para vermos a quantos dB ele corresponde.
Tomemos um exemplo, ao acaso. Suponhamos que queremos atenuar 40 dB em 1000 ciclos. Qualquer tabela de dB nos dirá que a relação entre a tensão de entrada e a de saída que corresponde a 40 dB é 100 “vezes”. Tomemos C = 0,1µF, R; = 470 000Ω, e Ra = 4 700Ω. Se, em 1 000 ciclos, a reatância de C fosse zero, teríamos, pela relação (3);
(470 000+4 700+0)/(4 700+0) = 101 “vezes”
valor este praticamente idêntico ao de 100 “vezes” que desejávamos para obter de atenuação na frequência de 1 000 ciclos por segundo. Entretanto, a reatância de C = 0,1µF em 1 000 ciclos não é zero e sim 1 600Ω. Então, a expressão (3) fica sendo:
(470 000+4 700+1 600)/(4 700+1 600) = 91,4 “vezes”
Consultando a tabela de dB, vemos que isso corresponde a um pouquinho mais que 39 dB, o que praticamente podemos admitir como correto para a atenuação desejada de 40 dB.
Vejamos, entretanto, o que se passaria em 50 ciclos por segundo, usando os mesmos valores para Ri, Rs e C. A reatância de C em 50 ciclos é de 32 000Ω. Então, em 50 ciclos, a expressão (3) se torna:
(470 000+4 700+32 000)/(4 700+32 000) = 13,8 “vezes”
A tabela de dB nos dirá que 13,8 vezes correspondem a aproximadamente 22,5 dB.
Em 400 ciclos, a reatância de C será de 3 900Ω, e a expressão (3) passa a ser:
(470 000+4 700+3 900)/(4 700+3 900) = 55,6 “vezes” = 55,6 “vezes” = 35 dB aprox.
Esses valores ainda não são a “resposta” que deverá ter o nosso controle de audibilidade. Temos que nos lembrar que nossas atenuações foram feitas a partir do nível de 90 dB (curva A da Fig. 1). Como atenuamos 40 dB em 1 000 ciclos, a linha que corresponde a 40 dB de atenuação poderá ser considerada como a nossa nova referência.