Esse é outro caso em que comodidade e aparência que substituem a qualidade.
Os canais surround
As caixas para canal surround são aquelas traseiras e laterais nos sistema 5.1 e 7.1. As alternativas são as caixas tradicionais de radiação direta, como caixas bookshelf (podendo ser, neste caso, menores que as caixas dos canais frontais) ou então as do tipo bipolar ou dipolar, que são projetadas para uso com som surround.
Caixas bipolares são aquelas que têm dois ou mais alto-falantes que operam em fase, e geram som dos dois lados do gabinete. Se usados como falantes surround traseiros, eles irradiam o mesmo sinal ao longo da parede traseira. Se usados como surround laterais, eles geram som para frente e para o fundo do ambiente.
Já caixas dipolares são aquelas que os falantes trabalham fora de fase, radiando para os dois lados em contrafase e criam um efeito surround difuso, de forma que não é possível localizar a origem do sinal surround. Algumas poucas caixas têm uma chave que permite que uma caixa bipolar se transforme em dipolar ou até desligam um dos drivers de modo que ela se transforme numa caixa do tipo de radiação direta.
Mas quais os prós e contas dos tipos dipolares e bipolares?
Iniciando com as bipolares, elas têm falantes ligados em fase e, portanto, produzem um pouco mais de graves que os outros modelos, podendo ser utilizadas como caixas frontais. Com os falantes alinhados em fase, porém apontados para pontos diferentes, elas irradiam energia sonora para os lados e a sensação é de que o som vem de mais direções. Mas a radiação da caixa bipolar é identificável, logo, é possível ainda determinar a origem sonora. Esse conceito faz com que a acústica do ambiente afete a performance do produto.
Já as caixas dipolares criam um som ainda mais aberto, dificultando bastante ao ouvinte identificar a origem do som, porque os falantes ligados fora de fase irradiam bastante para as laterais, mas na posição diretamente em frente da caixa ocorre uma situação de cancelamento sonoro, de forma que se ouve o som emitido pelas laterais e não o frontal.
Essa característica faz com que a fonte sonora se torne difícil de ser identificada. Como resultado, o som é bastante difuso e espacial, que é o objetivo básico dos falantes surround na reprodução de efeitos sonoros. O posicionamento dessas caixas é crítico e afeta significativamente a performance delas, assim como a acústica da sala.