O 2N3055… de novo!

“Sapeando” no Facebook, nos diversos, e interessantes, grupos sobre eletrônica, áudio e afins, é comum encontrarmos pessoas interessadas em explicar o funcionamento e as origens de componentes, circuitos etc.

Muitas vezes vemos explicações consistentes e aprendemos coisas interessantes, mas, de outras, encontramos informações incorretas, enviesadas, baseadas em mitologia ou mesmo resultados de pesquisas em ferramentas de IA, sem que o consulente tenha domínio sólido do assunto, daí, temos o ditado de engenharia: “garbage in, garbage out”.

Nosso glorioso 2N3055, e que já devia estar curtindo sua merecida aposentadoria, é uma das vítimas desses casos; ora é santificado como algo sensacional para, imediatamente após, ser qualificado como “porcaria”… e ele é apenas um semicondutor, com características definidas e que, se utilizado corretamente, prestará bons serviços em sua função.

O problema aí reside em se tipificar algo sem as devidas justificativas: por que é bom? Por que é ruim? Como se comporta? Baseado em quais características técnicas inferimos ou determinamos suas qualidades?

Sem essas informações, as afirmações  vão se enquadrar como opiniões; estas têm, normalmente, caráter subjetivo e podem levar o leitor a erro. Em publicações e discussões técnicas, precisão é importante.

Voltando ao projeto de Antenna citado, para mostrar que é possível obtermos excelentes características técnicas com tecnologia mais antiga, utilizamos os transistores de saída da foto abaixo:

Sim, trata-se da versão em encapsulamento plástico (TO-3P) do 2N3055, o TIP3055 da ST, fabricado em 1996, juntamente com seu par complementar, o TIP2955, do mesmo fabricante. O projeto utilizou esses transistores, além do BC546, BD139, BD140 e BC556, todos disponíveis na década de 1970, no Brasil. O TIP3055 ainda é fabricado pela ST, em versão TO-247.

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