Por isso, não devemos inverter as ponteiras de um multímetro analógico quando medimos correntes ou tensões DC, pois a bobina seria forçada a tentar girar para o sentido contrário (CCW) em virtude também da inversão dos “polos magnéticos” produzidos pela corrente que a atravessa.
Seria o mesmo que inverter a polaridade em um motor DC. Ele apenas irá inverter o sentido da rotação.
Entretanto, embora não haja risco de queimar a bobina, como algumas pessoas pensam, manter esta inversão de polaridade por muito tempo força as molas a tentar girar em sentido contrário danificando o sistema mecânico.
O que a corrente “disse” para a tensão?
Meu amor, eu não existo sem você! |
Parece que até na Eletricidade existe um pouco de romantismo, não é mesmo?
Essa brincadeira (séria) é para chamar a atenção de que, embora um multímetro analógico seja, por construção, um medidor de corrente contínua (amperímetro), ele acaba sendo também, indiretamente, um medidor de tensão contínua (voltímetro) graças à Lei de Ohm (e a paixão da corrente pela tensão!).
Espero que, a partir de agora, você já saiba como um multímetro analógico funciona (se não sabia), o que é o primeiro passo caso precise reparar alguns destes instrumentos. Lembre-se da Regra de Ouro de todo reparador.
Por que os multímetros digitais só “medem” tensões?
Chegou enfim a hora de desfazer o sensacionalismo do título do artigo e explicar por que multímetros digitais só medem tensões, embora também possuam escalas para mostrar, no painel, valores de correntes em um circuito.
Comecemos assim: circuitos digitais operam os dígitos binários zero e um, mas não colocamos “dígitos” na entrada de um circuito, e sim tensões.
Se a construção do circuito digital se basear na família TTL, por exemplo, o dígito zero será zero volt e o dígito um será 5V (no máximo).