Modificar ou não modificar?


Tentar montar sempre os capacitores novos no interior dos invólucros dos antigos, para manter o aspecto original do equipamento. Fios de pano, com falhas na isolação, puídos, devem ser substituídos por fios novos, mas novamente de tecido. Nada de usar cabos modernos com revestimentos de plástico de cores brilhantes: não faziam parte do universo dos rádios antigos.

Figura 6. Vista interna do Philco modelo 514, de 1928. Rádios com gabinete impecável e funcionando perfeitamente, com os componentes originais, sem intervenções modernosas são o santo Graal para os apreciadores da retrônica. ─ Foto: exemplar da coleção de Andreas Triantafyllou.

O usuário deve ser informado das modificações. Caso o circuito seja reconfigurado ─ como para operação com transformador de força ou outras intervenções ─ isso deve ser informado pelo profissional ao proprietário do aparelho. Reparadores mais caprichosos anotam todas as alterações realizadas para incrementar a segurança do receptor, mantendo as informações, datadas e assinadas, junto ao aparelho.

Para muitos profissionais, modificar rádios históricos para melhorar a segurança elétrica é quase uma obrigação técnica, principalmente no caso de aparelho perigoso, previsto para uso por leigos.

Documentar tudo detalhadamente e buscar preservar o máximo da integridade histórica deve ser a conduta do profissional zeloso. Transparência deve ser a regra: informar que as eventuais modificações foram feitas para não colocar em risco a vida do usuário.

Mesmo com modificações, o rádio pode ser considerado um item valioso, desde que as intervenções realizadas, enfatizamos, sejam corretas tecnicamente, discretas, reversíveis e documentadas.

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