MEMÓRIA – O Capyau

A frenética atividade teve seu preço, e logo o Capyau teria que pagar por ela:

“E o resultado desta nossa nossa tremenda atividade eletrônica não se fez esperar! Matemática… “0”, Português… “0”, Francês “0”, Latim… “0”!!…

Conversa de “Homem para Homem” com o “velho”! “Veredictum”… Voltar tudo para o caixote até o fim do curso ginasial! Terminado o ginásio, enfrentamos a vida com a “Cara e a Coragem”.

Aos 17 anos o Capyau termina seus estudos, presta serviço militar e, em 1944, “enfrenta a vida com a cara e a coragem”, em seu primeiro emprego de aerofotogrametrista

Daí, por uns bons cinco anos, o “Radiococus Frequenciae”, incubado mas não morto, entra em suspensão, com o Capyau tendo se aventurado em outras searas, como, por exemplo, o alpinismo, escalando a Pedra da Gávea e o Bico do Papagaio, no Rio de Janeiro, até que:

Alguns anos se passaram, e o “Radiococus Frequenciae” adormecido dentro de nós! Certo dia, lá pelos idos de 1949, cruzamos na rua com um velho companheiro de juventude! Era o “Teddy” (Leopoldo Eurico Theodoro Salzman, atual PY4BOR).

Apertos de mão, abraços, troca de lembranças, e descobrimos que o “Teddy” era um… radioamador.”

O encontro reativou sua infecção de “radiofrequencite”; em 1949, recebe seu primeiro prefixo, PY1PK, e desenvolve intensa atividade radioamadorística; o radioamadorismo o acompanhou durante todo o tempo como profissional de aerofotogrametria. Posteriomente, nas andanças pelo país, utilizou o prefixo PY2BHJ.

Sabemos, pelos seus artigos, que aerofotogrametria era sua profissão, exercida durante 30 anos. Ele era topógrafo, mas não foi possível sabermos onde o Capyau estudou essa ciência, nem o período, que deve ter sido entre 1941 e 1943; sua filha lembrou-se de que ele tinha uma empresa nesse ramo de atividade, chamada LASA, fundada em 1952, em São Paulo.

Na LASA, realizou diversos trabalhos por todo o Brasil; um dos mais importantes foi o mapeamento do rio São Francisco para a construção das represas que hoje fornecem energia para a o país. Ele morava com a equipe em barcos e barracas durante os levantamentos topográficos.

2 comentários sobre “MEMÓRIA – O Capyau”

  1. SD fonseca24 de setembro de 2024 às 3:40 PMResponder

    Saudades do Capyau…tenho ainda as revistas em que eles nos divertia e ensinava diligentemente com seus artigos soberbos – aquela do brasmissor movido a feijão e com SSB de pedal foi simplesmente um show à parte.

  2. Robert Santos29 de setembro de 2024 às 2:36 AMResponder

    Bons tempos… comecei lendo Eletrônica Popular e Antenna por volta de 1975, eu era autodidata ainda, tempos depois estava na escola técnica de Eletrônica ( Escola Técnica de Cîências Eletrônicas do Ibratel ) fui aluno do Professor Sérgio Starling ( (lamentavelmente falecido ) li o artigo ” As aventuras e desventuras de um Radioamador na Roça ” , até hoje lembro das histórias, eu me divertia muito e aprendia muito com os artigos do saudoso Miécio, suas histórias eram muito ricas em detalhes, seus desenhos, fotos, incrível, um verdadeiro Radioamador. Também me tornei Radioamador na mesma época. Mas, o tempo passou, Gilberto Affonso ( PY1AFA) e muitos outros que tanto contribuíram para EP e Antenna já nos deixaram. Realmente os tempos mudaram, tudo passou muito rápido. Fico feliz ao ver que Vovó Antenna tenha retornado há algum tempo, aprendi muito lendo as páginas de ambas revistas ( ainda possuo as revistas quando eram revistas separadas ) agora, falta pouco para completar 100 anos. A primeira e a única revista de Eletrônica sobrevivente no Brasil. Espero ver a edição de abril de 2026 comemorando o centenário. A nova geração precisa saber da existência da Revista Antenna.

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