Memória – Nicolau Morozoff

Anos depois, ganhou de presente de Oswaldo Ferreira PY1AWR, também vizinho radioamador, uma 3DX3 da Electril, que foi instalada no lugar da sofrível quadra cúbica (imaginem o que era morar perto de uma horda de adolescentes empinadores de papagaios (pipas) com suas linhas cheias de cerol caseiro. No verão, quase toda semana tinha manutenção nos elementos irradiantes e refletores).

Morozoff com seu grande e inseparável amigo Oswaldo, radioamador e vizinho. Abril de 2002

 Já instalado em sua nova casa, a coisa tomou rumos mais vultosos. O hobby ganhou proporção, os amigos das faixas aumentaram, as amizades se consolidaram e os projetos começaram.

Mais ou menos nessa época, estes pioneiros fundaram o GRUPO VHF RIO. VHF era a sensação do momento. A casa de Morozoff vivia cheia de radioamadores. Os transceptores japoneses eram caríssimos e difíceis de importar, restava, portanto, o experimento, a construção de seus próprios transceptores de VHF, inicialmente valvulados.

Nessa época, o improviso dava gosto, a ponto de mudarem a frequência de ressonância de cristais antigos, conseguidos em sucatas de artigos militares. Morozoff e Vicente adoravam chafurdar nestas sucatas com cheiro de “ferro mofado”. Não é brincadeira, mas a frequência destes cristais era mudada esfregando até afinar a pastilha com “sapólio” no mármore do tanque de lavar roupas da “patroa”.

Morozoff, e sua XTAL Joana, em uma reunião de radioamadorismo, década de 1970.

6 comentários sobre “Memória – Nicolau Morozoff”

  1. Ademir Machado14 de junho de 2024 às 9:28 AMResponder

    Linda história! Não conhecia a trajetória de vida e nas telecomunicações do Morozoff.

  2. Luis Morozoff14 de junho de 2024 às 11:58 AMResponder

    Muito agradecido pela oportunidade de divulgar esta história. Um fraternal abraço. 73 PU1MAT

    1. David Loos12 de julho de 2024 às 11:58 AMResponder

      Linda história!

      TFA, PP5WLU.

  3. Tadeu Boechat14 de setembro de 2024 às 11:10 AMResponder

    Trabalhamos juntos na Induco, nos anos 80 (sai da Induco em 84).
    Fizemos juntos o start-up de duas turbinas/geradores da Kongsberg na estação da Telesp em Alphaville SP, e foi muito divertido.
    Um dia fomos a um show de tango em um teatro no centro de SP, assistir ao famoso Astor Piazolla tocando seu bandoneon! Tomamos uns bons canecos de chopp, juntos!
    Bons tempos e uma ótima companhia!

  4. HENRIQUE DA COSTA15 de setembro de 2024 às 9:32 PMResponder

    Também trabalhei na INDUCO entre 1980 e1987. Pouco contato tinha com o Morozoff, entretanto, certa feita resolvi com ele um problema no pickup de um gerador de energia.

  5. Luis Morozoff12 de dezembro de 2024 às 2:16 PMResponder

    Tadeu Boechat, escrevi esse artigo com o intuito de imortalizar de forma carinhosa a trajetória profissional do meu pai. Ele me falou que te conhecia muito bem, E que vocês trabalharam bastante juntos. Eu já trabalhei para você, em Itaperuna, na empresa Fleishman Royal Leite Glória, instalei uma máquina de codificação Ink Jet da Willet em 1991, depois fizemos um treinamento de operação.

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