Memória – Nicolau Morozoff

Pouco tempo depois, retornou ao estado do Mato Grosso e fixou moradia em Cuiabá. Seu indicativo passou a ser PY9EE. Abriu um pequeno negócio de conserto de rádios, amplificadores e eletrônicos em geral, e, em certo momento, manteve sociedade com Antônio Arizona, técnico muito competente. Em meados da década de 60, fora parte integrante da equipe técnica de som da Rádio Cultura em Cuiabá.

Nicolau e seu sócio-amigo Antônio Arizona – Ao lado, Arizona, em março/24, aos 92 anos

Morozoff fazia também atendimentos a fazendas, que na época contavam com seus transceptores de HF, a única forma de comunicação disponível entre as propriedades.

Nessa época, não raro, os fazendeiros mandavam seus aviões particulares irem “buscar o Morozoff” quando necessitavam de manutenção em seus equipamentos (essa forma de comunicação durou muitos anos, e posteriormente surgiram os rádio-telefones canalizados, de frequência fixa, de diversas marcas, sendo estes muito simples de se utilizar. Possuíam cerca de 2 a 4 canais, clarificador e volume. Nicolau contava que foram tantas as vezes que voou para as fazendas, que acabou aprendendo a pilotar monomotores.

Certa vez, disse ele, que voando para Porto Velho-RO, obviamente pela modalidade VFR (voo visual) se depararam com a região completamente coberta por um tapete branco de densas nuvens, e nenhum sinal de rádio. Por providência divina, conseguiram, já à noite, avistar um campo de futebol iluminado e fizeram pouso forçado, porém bem sucedido, só que eles estavam na Bolívia. O avião era um “Beechcraft Bonanza”.

6 comentários sobre “Memória – Nicolau Morozoff”

  1. Ademir Machado14 de junho de 2024 às 9:28 AMResponder

    Linda história! Não conhecia a trajetória de vida e nas telecomunicações do Morozoff.

  2. Luis Morozoff14 de junho de 2024 às 11:58 AMResponder

    Muito agradecido pela oportunidade de divulgar esta história. Um fraternal abraço. 73 PU1MAT

    1. David Loos12 de julho de 2024 às 11:58 AMResponder

      Linda história!

      TFA, PP5WLU.

  3. Tadeu Boechat14 de setembro de 2024 às 11:10 AMResponder

    Trabalhamos juntos na Induco, nos anos 80 (sai da Induco em 84).
    Fizemos juntos o start-up de duas turbinas/geradores da Kongsberg na estação da Telesp em Alphaville SP, e foi muito divertido.
    Um dia fomos a um show de tango em um teatro no centro de SP, assistir ao famoso Astor Piazolla tocando seu bandoneon! Tomamos uns bons canecos de chopp, juntos!
    Bons tempos e uma ótima companhia!

  4. HENRIQUE DA COSTA15 de setembro de 2024 às 9:32 PMResponder

    Também trabalhei na INDUCO entre 1980 e1987. Pouco contato tinha com o Morozoff, entretanto, certa feita resolvi com ele um problema no pickup de um gerador de energia.

  5. Luis Morozoff12 de dezembro de 2024 às 2:16 PMResponder

    Tadeu Boechat, escrevi esse artigo com o intuito de imortalizar de forma carinhosa a trajetória profissional do meu pai. Ele me falou que te conhecia muito bem, E que vocês trabalharam bastante juntos. Eu já trabalhei para você, em Itaperuna, na empresa Fleishman Royal Leite Glória, instalei uma máquina de codificação Ink Jet da Willet em 1991, depois fizemos um treinamento de operação.

Deixe um comentário