Memória – Nicolau Morozoff

Nas visitas que fazia, Morozoff foi, aos poucos, incentivado a voltar para o radioamadorismo (isso teve um motivo muito importante, em nossa visão: manter nosso pai ativo depois da aposentadoria definitiva).

“Mas minha torre caiu, e eu não quero instalar outra”, reclamava Morozoff…

“Não tem problema, vamos dar um jeito nisso…”

Pesquisando na Internet, encontramos um colega, em Jacarepaguá, RJ, que fornecia umas antenas muito boas, de fabricação artesanal, o Matos, gestor da Feirinha Digital, ex-PY1WG e agora PY1FA, com quem desenvolvemos amizade.

Morozoff acabou adquirindo uma “Morgain”, que foi instalada na lateral da casa pelo por Flavinho, PU1JFV, e a coisa começou a tomar corpo, humildemente com um Yaesu FT-707 que veio com defeito (nem todos os radioamadores são honestos), e ao fim, com um robusto Icon IC-751 (dentre outros), em conjunto com um linear Collins, em sua faixa predileta, os 40m.

A idade, porém, começou a pesar e, em certo momento, o equipamento de rádio foi instalado em seu quarto de dormir, após sofrer um AVC, pois tinha dificuldade de  subir e descer escadas.

Nicolau Morozoff faleceu em 22 de maio de 2021, vítima de ataque cardíaco, aos 89 anos, ainda lúcido; utilizava computador, mexia com suas mídias sociais, e falava todos os dias nos 40m.

Certamente chegou a ser um dos radioamadores mais conhecidos do Rio de Janeiro, e deixou um legado importante para as telecomunicações no país, além de muita saudade naquele que escreve estas linhas.

Nota: Morozoff sempre foi adepto e precursor da tecnologia. Tanto que meus primeiros contatos com tudo o que era moderno sempre foi através das novidades que ele adquiria para nosso lar. Vídeo K7, computadores pessoais, Atari 2600, Filmadoras, Câmeras fotográficas com tecnologia de ponta.

Uma curiosidade: Desde que se mudou para Jacarepaguá, GAP Jr. (Editor da Revista do Som, encarte da Antenna), auxiliou Morozoff na reformulação de seu set de áudio, que passou a contar com equipamentos indicados por aquele, e que é o mesmo até os dias de hoje.

(*) Não conseguimos informação do indicativo desses ilustres colegas

5 comentários sobre “Memória – Nicolau Morozoff”

  1. Ademir Machado14 de junho de 2024 às 9:28 AMResponder

    Linda história! Não conhecia a trajetória de vida e nas telecomunicações do Morozoff.

  2. Luis Morozoff14 de junho de 2024 às 11:58 AMResponder

    Muito agradecido pela oportunidade de divulgar esta história. Um fraternal abraço. 73 PU1MAT

    1. David Loos12 de julho de 2024 às 11:58 AMResponder

      Linda história!

      TFA, PP5WLU.

  3. Tadeu Boechat14 de setembro de 2024 às 11:10 AMResponder

    Trabalhamos juntos na Induco, nos anos 80 (sai da Induco em 84).
    Fizemos juntos o start-up de duas turbinas/geradores da Kongsberg na estação da Telesp em Alphaville SP, e foi muito divertido.
    Um dia fomos a um show de tango em um teatro no centro de SP, assistir ao famoso Astor Piazolla tocando seu bandoneon! Tomamos uns bons canecos de chopp, juntos!
    Bons tempos e uma ótima companhia!

  4. HENRIQUE DA COSTA15 de setembro de 2024 às 9:32 PMResponder

    Também trabalhei na INDUCO entre 1980 e1987. Pouco contato tinha com o Morozoff, entretanto, certa feita resolvi com ele um problema no pickup de um gerador de energia.

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