Memória – A História da Calculadora HP-35

Osborne percebeu que esses novos chips eram pequenos o bastante para serem utilizados no projeto de miniaturização proposto por Hewlett e Cochran encontrou um integrado serial de quatro funções criado pela Fairchild, que ele pensou que poderia usar.

Consultada se faria modificações no componente para agregar as funcionalidades que ele necessitava, a empresa se recusou; entretanto, concedeu à HP o direito de usar o projeto. Com isso, a HP conseguiu que a Sweda, que era especializada em automação de caixas registradoras, fizesse o componente.

O projeto da calculadora de bolso começou no final de 1970, com recursos de um orçamento oculto, mas logo ficou evidente que ele custaria algo na casa do milhão de dólares (em 1970).  Como a situação da economia mundial não era boa, na época, e um milhão de dólares era um bocado de dinheiro, Bill Hewlett achou melhor pesquisar o custo e a viabilidade do projeto e consultar os acionistas. Para isso, encomendou um estudo ao Stanford Research Institute junto ao mercado.

O relatório da consultoria não recomendava que o projeto fosse adiante, mas, felizmente, Hewlett continuou com ele, pois tinha uma visão de mercado da qual os tais consultores não tinham vislumbre, e, em fevereiro de 1971, o projeto teve início formal.

O código da máquina foi construído com diversos algoritmos: para as funções logarítmicas e exponenciais foram usados os de pseudodivisão e multiplicação de Briggs; para as funções transcendentais o algoritmo CORDIC de Volder, originalmente desenvolvido para navegação do bombardeiro B-58, e as demais funções utilizaram algoritmos adicionais.

Curiosamente, também, tais algoritmos têm limites em sua precisão, dependendo do tipo de cálculo. Por exemplo, neste modelo e em modelos posteriores que utilizavam o mesmo algoritmo para potenciação, o resultado de 23 não dava exatamente 8, mas algo como 8,00000002. Um erro de aproximação e dependente da quantidade de bytes mostrados em relação aos calculados. Isso foi resolvido em séries subsequentes.

Os algoritmos foram gravados em memória ROM e o espaço disponível de armazenamento era de aproximadamente 5kb (isso mesmo, bits, e não bytes). Ficou muito apertado, mas, no final, conseguiram acomodar tudo o que precisavam.

O projeto resultou em 5 circuitos de integração em larga escala, com milhares de transistores em cada, e coube à  Mostek e à American Microsystems (AMI) produzi-los.  

Osborne cuidou da estrutura física do equipamento, e, em suas palavras, “O projeto foi simplesmente divertido; passei muito tempo decidindo se as teclas aritméticas deveriam estar à direita ou à esquerda e se a tecla + deveria seguir a convenção das máquinas de somar e ser colocada no canto inferior direito, ou se deveria estar localizada onde fosse mais conveniente.”. Ele passou meses refinando o design do teclado.

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