Assistindo a uma palestra do professor Frederick E. Terman, em Stanford, em 1934, acerca de um artigo escrito por H.S. Black, sobre a redução da distorção utilizando-se realimentação negativa, o estudante de mestrado William Hewlett se interessou e resolveu desenvolver sua tese com esse conceito. Seu colega de turma, e amigo, David Packard, recém-formado em engenharia elétrica, foi trabalhar com válvulas termiônicas na General Electric, em Nova York.
Hewlett queria melhorar os dois principais tipos de osciladores da época, baseados em circuitos ressonantes LC e o de frequência de batimento, ambos complexos e pouco confiáveis. Ele vislumbrou, com base na teoria de Black, algo diferente, com as vantagens das tecnologias existentes mas de menor complexidade e custo, escolhendo a ponte de Wien simples como oscilador principal, com a redução da distorção inerente desse tipo de oscilador pelo uso de realimentação negativa.
Ele colocou uma lâmpada de 3W em série com o catodo da válvula termiônica responsável pela oscilação. A característica de variação de resistência da lâmpada (que aumenta de valor conforme se aquece), controla a amplitude do sinal de saída do oscilador e reduz a distorção, chegando a valores menores que 1%, o que era um grande avanço para a época.
O professor percebeu o potencial da proposta de Hewlett e conseguiu que David Packard, que detinha conhecimento de válvulas termiônicas, retornasse para a Califórnia, garantindo uma bolsa de estudos para que ele terminasse seus estudos de pós-graduação em Stanford. Os dois estudantes se uniram, então, para formar um empreendimento e assim nascia a Hewlett-Packard (HP), cuja sequência dos sobrenomes foi escolhida por sorteio.
Desenho original, à mão, do oscilador de William Hewlett
Eles o denominaram Model 200A e o transformaram em um produto comercial, construindo as primeiras unidades na garagem alugada por David Packard, em Palo Alto.
https://www.hewlettpackardhistory.com/item/a-schematic-for-success/
Parabéns, excelente artigo.