Mais lembranças ou… O primeiro “Valvulado”

Jaime Gonçalves de Moraes Filho*

O fato é que, uma vez contaminado com o “Vírus da Eletrônica”, torna-se muito difícil nos livrarmos dele, pois é muito comum a sua transmissão para outros conhecidos, e nesse caso a inevitável troca de ideias coloca em prova a nossa imaginação e o bom senso.

Após o sucesso na montagem do primeiro “Galena”, corri para a casa de meu amigo Claudio Contador , e o resultado foi mais um “contaminado”!  De início tentamos várias formas de melhorar o “Galena”, pesquisando na biblioteca os exemplares disponíveis de Antenna e nos livros do Cap. Luiz Bellart , porém sem muito sucesso.

Pelo fato de residirmos em uma ilha, próxima das torres de transmissão, a seletividade deixava muito a desejar. Um “Galena” com dois circuitos sintonizados, acoplados por um  “trimmer” de 30 pF melhorou a sintonia, ao mesmo tempo que reduzia drasticamente o volume. Nessa fase, passávamos horas e horas enrolando bobinas e experimentando alterações nos componentes, até chegar à conclusão de que havíamos atingido o limite e que a solução seria montar um receptor “valvulado”.

Mais uma vez a coleção de Antenna da biblioteca do Colégio foi revirada, porém havia um pequeno detalhe: Embora tivéssemos à disposição uma enorme caixa com mais de cem válvulas (das quais não tínhamos a menor ideia em relação ao estado de cada uma…), nenhuma delas servia para nossos propósitos. Nosso sonho de consumo naquela época era ter uma 117L7, ou mesmo uma 70L7, com as quais poderíamos montar uma infinidade de equipamentos (pelo menos era assim que pensávamos). Por mais que tentássemos, nunca conseguimos adquirir uma 117L7 ( um pêntodo de potência e um diodo retificador, em um único invólucro, com o filamento diretamente alimentado pela rede de CA), o que em alguns momentos punha em prova o nosso entusiasmo.

FIG 1 – 117L7

* Professor de Física e Engenheiro de Eletrônica

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