EXPERIMENTOS COM O ARDUINO VIRTUAL

João Alexandre Silveira*

Numa época não muito distante, quando surgiram os primeiros computadores pessoais, tínhamos cerca de cinco ou seis revistas de Eletrônica impressas em nosso país. Foi quando fomos convidados por um amigo de trabalho a escrever um artigo para a revista Antenna. Era um trabalho sobre memórias RAM e EPROM. Depois escrevemos vários trabalhos com montagens experimentais, utilizando circuitos integrados digitais TTL e até uns poucos analógicos. Décadas depois, no meio dessa pandemia, de novo, fomos convidados pelo mesmo velho amigo, o professor Paulo Brites, a escrever um artigo para a revista Antenna; agora uma revista virtual, não impressa. Aceito o desafio, vamos ao trabalho.

O ARDUINO

Nos dias de hoje penso que ficou muito mais fácil montar e testar um circuito eletrônico do que na época dos CI’s digitais TTL e CMOS; quando nossos circuitos experimentais tinham dezenas de componentes montados numa placa de circuito impresso e eram dedicados a uma só função. Qualquer modificação no circuito já montado era mais difícil, pois envolvia a troca ou adição de novos componentes por cima dos já montados. Éramos artesãos eletrônicos.

Aqueles CI’s digitais com o tempo evoluíram muito, incorporaram múltiplas funções e foram tão compactados numa mesma pastilha de silício com centenas de conexões externas que já não podemos soldá-los diretamente na nossa placa de circuito impresso. Mas podemos comprá-los já montados em pequeninas placas, com pinos conectores que podemos usar para alimentá-las e as ligarmos em sensores e a outros circuitos eletrônicos. Placas montadas com processadores, memórias e controladores de interface, como o Arduino e o Raspberry Pi já são bem conhecidas. Para estas, foram criadas outras placas menores com sensores e interfaces de todo tipo; todas podem ser compradas facilmente em lojas virtuais na internet.

O Arduino foi um projeto que nasceu dentro de uma escola de artes numa cidade perto de Turin, na Itália, em 2005. Seus projetistas idealizaram uma plataforma eletrônica que fosse simples, mas que pudesse ser facilmente programável por seus alunos e assim dar possibilidades interativas às suas criações artísticas, como, por exemplo, uma instalação equipada com sensores que muda sua forma estrutural ao perceber certos movimentos ou sons emitidos por quem a observa.

*autor do livro “Experimentos com o Arduino”

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