Do ponto de vista de especificações, devemos olhar inicialmente a potência suportada pela caixa e sua impedância. Usualmente os fabricantes indicam a potência recomendada do amplificador e a impedância nominal da caixa. Ambos têm de se casar, de forma que a caixa não seja sobrecarregada pela potência excessiva do amplificador e que o amplificador não seja sobrecarregado pela impedância baixa da caixa ou da associação entre elas.
Esses são os dois critérios iniciais. Em seguida, é prudente observar a resposta em frequência e a sensibilidade da caixa. Uma resposta em frequência mais extensa diz muito em relação à qualidade da caixa. Porém, caixas com resposta em frequência extensa muitas vezes tem sensibilidade baixa e irão precisar de muita potência para gerar certo nível sonoro desejado. O contrário também é verdadeiro, de forma que caixas com sensibilidade elevada tendem a ter resposta em frequência limitada.
Um item importante na escolha das caixas é a questão do timbre sonoro entre elas. É importante que as caixas tenham o mesmo timbre sonoro, para que o resultado final seja homogêneo. O timbre sonoro varia entre fabricantes, mas isso não significa que não se possam misturar caixas de fabricantes diferentes. Só será preciso tomar mais cuidado com o casamento, mas isso é perfeitamente possível, entretanto, é mais fácil obter o mesmo timbre em caixas que compõem o portfolio do mesmo fabricante, pois em geral os fabricantes possuem um timbre característico que costuma ser homogêneo entre produtos.
É um pouco mais difícil casar o timbre de caixas tradicionais com caixas de teto, dado que estas têm resposta limitada no espectro baixo de frequências, mas é possível a avaliação na região das frequências médias e agudas. O restante das características importantes a serem consideradas pode ser obtido da leitura atenta de nossos artigos anteriores.
Se você gosta de graves profundos, procure uma caixa do tipo bass-reflex com drivers de Kevlar ® (uma marca registrada da Dupont) ou de fibra de carbono. Se você gosta de detalhamento nos agudos, busque tweeters de domo de seda e fuja dos domos metálicos ou escolha uma caixa que tenha um tweeter do tipo ribbon.
Ao usar amplificadores mais potentes, fuja das caixas com crossover de primeira ordem ou 6 dB/8ª, pois este tipo não protege bem o tweeter e o que, a princípio, pode ser mais barato, se revela mais caro no longo prazo, pois a probabilidade do tweeter ser danificado por sobrecarga aumenta muito nessa condição.
Enfim, as opções são várias, e o que vale é ouvir e gostar. Até a próxima!
Gostei da dica sobre usar caixas traseiras no teto em ambientes pequenos demais, que é o meu caso. Mesmo não sendo o ideal, é uma ideia que torna o surround possível nestes ambientes. E, claro, é bem melhor do que deixar as caixas traseiras na lateral do sofá, próximas demais dos ouvintes, e com um palco diferente pra cada um.
Parabéns!