João Yazbek*
Em nossos artigos anteriores sobre caixas acústicas, abordamos diversos temas relacionados ao assunto. Iremos, neste mês, discutir como avaliar e escolher as caixas de um sistema estéreo ou de Home Theater e, após essa discussão, abordaremos rapidamente a questão de audição crítica de caixas acústicas, dado que as caixas são os itens da cadeia de reprodução que apresentam as maiores variações de qualidade e timbre.
A escolha de uma caixa acústica deve levar em conta uma série de fatores, sejam eles cosméticos, ambientais, de comodidade ou de desempenho.
A primeira pergunta a ser feita é se o usuário deseja um ambiente “clean” com ausência de caixas no ambiente ou está procurando melhor qualidade de reprodução. Isso porque a aparência “clean” é conseguida usualmente com caixas de teto (algumas vezes são usadas caixas de parede – que não ficam tão “clean” assim).
Essa solução, por melhor que seja, não tem a qualidade e a imagem sonora de um sistema tradicional, com caixas aparentes colocadas nos lugares corretos. A localização sonora pensada pelo produtor do filme fica bastante prejudicada quando usamos caixas de teto. Por exemplo, nada mais estranho do que ouvir um filme com a voz do ator saindo do teto em vez de sair da frente da tela. O resultado final é totalmente fora do planejado pelo diretor do filme e é um pouco artificial.
Para melhorar significantemente o resultado, sem comprometer a aparência, uma escolha intermediária que está sendo vista no mercado é o uso de caixas do tipo bookshelf ou torre para os canais frontais, uma caixa central compacta de boa qualidade e caixas de teto para os canais surround, com o sistema complementado por um ou dois subwoofers de boa qualidade.
Quando se têm sistemas de áudio com mais de cinco canais, como os surround com sete e nove canais, a ausência de pequenas caixas espalhadas na sala deixa o ambiente mais limpo e visualmente muito mais agradável, às custas de uma piora no resultado final obtido do som surround, o que, para muita gente, é plenamente aceitável.
Essa é uma solução de compromisso, que não prejudica tanto o visual com uma quantidade grande de caixas surround e proporciona boa qualidade de áudio frontal com o uso de caixas frontais e central tradicionais.
*Mestre em Engenharia Eletrônica
Gostei da dica sobre usar caixas traseiras no teto em ambientes pequenos demais, que é o meu caso. Mesmo não sendo o ideal, é uma ideia que torna o surround possível nestes ambientes. E, claro, é bem melhor do que deixar as caixas traseiras na lateral do sofá, próximas demais dos ouvintes, e com um palco diferente pra cada um.
Parabéns!