Jaime Gonçalves de Moraes Filho*
Eletrônica Popular – Comentários
Uma leitura mais detalhada dos primeiros números de Eletrônica Popular nos mostra que, de maio de 1956 até dezembro de 1958, excetuando-se a seção “Diga-me: Por quê”, todos os demais artigos são traduções da “Popular Electronics”, consequência da falta de escritores especializados na área técnica..
No entanto, vamos encontrar artigos interessantíssimos, que nos conduzem aos primórdios de muitos dispositivos, hoje em dia incorporados ao ambiente doméstico, o que justifica um capítulo à parte.
No número 1 de EP ( Era assim que na redação nos referíamos a Eletrônica Popular) encontramos um artigo que poderia ser escrito nos dias de hoje. ‘Velho demais para aprender TV” é um verdadeiro puxão de orelhas naqueles que, mesmo se interessando pelo assunto e possuindo algum conhecimento técnico, hesitam em frequentar um bom curso e mudar de vida, devido à sua idade.
São citados vários exemplos de pessoas que trocaram radicalmente de profissão para se dedicarem a manutenção de televisores. Atualmente, um dos empecilhos para tal procedimento é a falta de cursos técnicos bem equipados e com um corpo docente gabaritado, o que acontece em muitos centros urbanos.
Observa-se, ainda, nesse primeiro número, a preocupação de publicar artigos com objetivos práticos, com as montagens seguidas de um “chapeado”. Na época em que ainda não se falava em circuitos impressos, montar um equipamento valvulado exigia uma mistura de conhecimento, habilidade manual e estética. Para facilitar as montagens era feito um desenho contendo os componentes e toda a fiação, chamado de “chapeado”
Fig. 1 – Os “chapeados” de EP
* Professor de Física e Engenheiro de Eletrônica
Este transmissor do chapeado, foi o primeiro projeto que montei na vida, rs