A energia da descarga dos raios é muito maior do que a de qualquer estação de rádio. Uma tempestade num raio de centenas de quilômetros do receptor era capaz de bloquear completamente a recepção de sinais transcontinentais. As radiofrequências baixas eram as mais prejudicadas.
Figuras 7 e 8. Tipos de “antenas sem estática”, enterradas, divulgadas nas revistas americanas e inglesas das décadas de 1920 e 1930. À esquerda um modelo comercial, “Aer-O-Liminator Ground Antenna”; à direita, um modelo de construção caseira, anunciado na Amateur Wireless como “para ondas curtas”. Era um condutor de nove metros de comprimento no interior de uma mangueira de borracha. O conjunto era instalado no solo a 60 cm de profundidade. O sistema usava uma barra de aterramento. O alimentador era feito com linha aberta e isoladores de transposição. Para alguns consumidores, a maior vantagem das antenas enterradas não era exatamente a da “eliminação da estática”: era a de evitar a instalação de “um trambolho no telhado”.
Nos primeiros tempos, quando as frequências de operação eram ao redor de 10kHz, a recepção de sinais distantes frequentemente ficava impossível, por causa dos ruídos atmosféricos.
Era natural, assim, que os pesquisadores se esforçassem na busca de antenas que proporcionassem “baixo ruído”. A propósito: vento, poeira, gotas de chuva eletricamente carregadas e vapores, no atrito com o condutor aéreo de uma antena de fio comprido, são capazes de provocar ruído estático. Não se esqueça de que antenas longas oferecem perigo de choques ao operador, até por tensões induzidas de tempestades ainda distantes.