para a reversão, ou seja, para retornarem à faixa de ondas médias ─ capaz agora de proporcionar recepção de altíssima fidelidade e completamente livre de ruídos, melhor até do que as transmissões em FM, frequência modulada.
A influência do solo
Brincadeiras de Primeiro de Abril à parte, a pergunta é: será possível que uma antena subterrânea funcione? Funcionar, pode até funcionar, para sinais potentes de ondas de rádio de superfície, como de OM e VLF.
A Terra é um dielétrico com perdas elevadas e se uma antena for enterrada ela captará com menos eficiência em comparação com uma antena no ar. Um dos lugares onde uma antena de recepção colocada na superfície funciona bem é no gelo. O gelo, se não estiver contaminado com poluentes, é um bom isolante: nas calotas polares, por exemplo, dependendo da frequência de operação, pouca diferença acontece se a antena estiver no chão ou se for instalada de forma elevada.
A captação de sinais de rádio é possível em minas, cavernas e outros ambientes subterrâneos. Tudo depende da profundidade, da estrutura geológica, do tipo e condutividade do solo, da frequência de operação etc. Há frequências que sofrem maior atenuação no solo. Quanto maior a profundidade, maior é a atenuação do sinal de rádio.
Dificilmente um sinal de rádio de 1W, transmitido na ilha de Pago Pago, poderá ser captado a mais de 15 mil quilômetros de distância com uma antena de fio enterrado. No máximo o que poderá ser ouvido são os ruídos da poluição gerada por dispositivos elétricos próximos, com aterramentos deficientes ou que utilizem o terra como retorno da rede de tensão alternada.
Na atualidade, antenas de solo são projetadas principalmente para uso tático-militar. São antenas camufladas, chamadas de ELPA, Eyring Low Profile Antenna (Antena Eyring de Perfil Baixo), em formato de “H” deitado, para uso em HF. Foram utilizadas nas areias do deserto durante a Guerra do Iraque: são furtivas (de baixa visibilidade ao inimigo), são resistentes e de faixa larga.
Um outro tipo especializado de antena, “semienterrada”, é o dipolo terrestre ou dipolo elétrico horizontal (HED), empregado para operação em frequências extremamente baixas (VLF, 3Hz a 3kHz), em instalações militares, principalmente para comunicações com submarinos.
O dipolo terrestre utiliza dois eletrodos enterrados, distantes entre si por vários quilômetros, interligados ao transmissor por linhas de transmissão aéreas.