Na prática, o melhor é considerar a entrada de tensão alternada do aparelho sempre como energizada quando o cabo de alimentação estiver na tomada, mesmo que o interruptor do rádio esteja na posição “desligado”. Capacitores antigos que existirem no aparelho, na linha de tensão alternada do circuito, devem ser substituídos por capacitores de segurança classe X ou Y. A solução mais segura no caso de receptores CA/CC é o uso de transformador de isolamento entre a rede elétrica e o equipamento, para garantir que o chassi fique eletricamente isolado. O transformador de isolamento foi detalhado na edição anterior de ANTENNA, de dezembro de 2024.
Mesmo que o receptor use sistema de “terra flutuante”, como muitos Philips, isolado do chassi por exemplo, pode haver diferença de potencial suficiente, em capacitor bom, capaz de dar choque desagradável.
Melhor é, além de trocar os capacitores antigos conectados diretamente na linha de tensão alternada por capacitores de segurança, usar, preferivelmente, transformador isolador tipo 1:1. A propósito: o uso conjunto de interruptor diferencial e transformador de isolamento requer atenção. O transformador de isolamento não pode ficar a jusante do IDR, do contrário este não atuará satisfatoriamente. Transformador de isolamento deve ficar instalado antes do dispositivo residual.
Figura 4. O transformador de isolamento: uma importante ferramenta na bancada da oficina, para evitar choques elétricos no contato com o chassi “vivo” dos receptores valvulados antigos. O uso do transformador de isolamento foi detalhado em “Dicas e Diagramas” da edição de dezembro de ANTENNA.
Para instalações residenciais comuns, com um único sistema de tomadas 2P + T (fase, neutro e terra) o IDR recomendado é geralmente o bipolar (monofásico) tipo A, dimensionado para a corrente máxima do circuito e com sensibilidade de 30 mA. Ele protege a fase (L) e o neutro (N), detectando qualquer fuga de corrente para a terra (T). Se houver fuga de corrente como em um equipamento com isolamento danificado, o IDR desarma o circuito, protegendo o usuário.
Cabe ainda ressaltar que o dispositivo é obrigatório nas instalações elétricas, desde 1997, pela norma NBR 5410, especialmente nos seguintes casos:
- Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro ou banheiro.
- Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.
- Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos na área externa.
- Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens. Muita atenção, assim, colegas que montarem oficinas em garagens ou locais expostos à umidade.