Os manuais da Mullard determinavam que nos calefatores das válvulas a tensão tinha que ser mantida dentro de ±7%. Isso significa que no caso de válvulas de 1,4 V a tensão máxima de alimentação de filamento é de 1,5 V (1,498 V, mais exatamente). A tensão mínima de funcionamento é de 1,30 V. Por aí se vê que o regime de operação dessas válvulas é bastante estreito: acima e abaixo desses limites de tensões o fabricante advertia que as válvulas sofreriam danos ou teriam a sua durabilidade comprometida.
Figura 10. Réplicas de antigas pilhas tipo “A”, “B” e “C” para uso em receptores das décadas de 1920 e 1930. Trabalho do talentoso Marcelo Cipulo de Almeida, restaurador e colecionador de rádios antigos. O perfil do colega Marcelo no Facebook está repleto de dicas úteis e interessantes sobre trabalhos de restauração em clássicos. Vale a pena acompanhar e se admirar: https://www.facebook.com/iovismaximus e https://www.facebook.com/profile/100001024912785/search/?q=baterias .
Nas válvulas de aquecimento indireto, operando com filamentos em série, ou seja, alimentadas por corrente, os danos poderiam ser iguais ou mais sérios. A corrente total de filamentos das válvulas alimentadas em série deveria estar dentro de ±3,5% do valor especificado, principalmente nos aparelhos ligados à rede elétrica. O fabricante Mullard alertava também que operar válvulas com subtensão poderia causar, inclusive, mais danos que a sobretensão.
Os manuais do fabricante Sylvania, por sua vez, especificavam que as válvulas para operação com pilha seca de tensão nominal de 1,5 volt, poderiam receber no máximo 1,6 volt. Nas válvulas para baterias de 2 volts, a tensão máxima de filamento era de 2,2 volts e a mínima 1,8 volt.