No passado, para o bom funcionamento do receptor nem sempre um bom projeto e bons componentes eram suficientes. Havia um outro problema, fora das linhas de produção: era a grande variação das tensões nas redes de distribuição de energia elétrica. Nos bairros afastados e em muitos pontos do interior, frequentemente a tensão da rede caía mais de 30% do valor nominal, principalmente nos horários de grande demanda. Com isso, alguns aparelhos deixavam de funcionar ou se tornavam instáveis.
Era comum, em muitas áreas urbanas do Brasil, que a tensão na rede pública de “110V” baixasse para até 70V, em determinados horários, por excesso de carga nas precárias redes de distribuição então existentes. Nas décadas de 1940 a 1950, em consequência, proliferavam os anúncios de reguladores de tensão (autotransformadores, em sua maioria). Os “reguladores de voltagem”, como eram chamados, constituíam um acessório quase obrigatório nas casas de então. Sem “regulador de voltagem” o risco era de ficar sem rádio para ouvir a novela ou o “Repórter Esso”, bem nos horários críticos.
Figura 2. Anúncios antigos de “reguladores de voltagem”. O acessório era de uso comum, em razão da subtensão crônica nas redes elétricas existentes em muitos pontos do Brasil.
Para contornar a necessidade do uso de transformadores externos, os engenheiros-projetistas das fábricas procuraram soluções que permitissem incorporar, nos circuitos valvulados, uma “regulação automática” frente às variações de tensão da rede elétrica. Uma destas soluções foi a adoção de reguladores resistivos de corrente, também chamados, às vezes, de “ballast”, válvulas de lastro, resistores de lastro, “barretters” ou “lâmpadas reguladoras”.