Dicas e Diagramas – XIV – O Código Europeu “E” de Capacitores e Resistores

Indicadores de sintonia tipo olho-mágico faziam grande sucesso na época e valorizavam o rádio. Não eram poucos os compradores do rádio que procuravam as oficinas autorizadas, pedindo para que estas instalassem válvula olho-mágico no aparelho.

No nosso antigo caderno de notas da oficina ficaram registradas, em 5 de março de 1945, as informações e procedimentos que a Philips brasileira repassava aos seus técnicos, para a adaptação de olho-mágico no aparelho. A válvula recomendada não era uma europeia “EM”, da própria Philips, mas sim as americanas 6U5 ou 6G5.

A válvula RCA 6E5 foi a primeira indicadora de sintonia tipo “olho-mágico”. Foi criada em 1935, pelo engenheiro Allen Balcom Du Mont. Em 1936 a RCA lançou a 6G5 e, logo em seguida, os olhos-mágicos 2E5 e 2G5, com filamentos de 2,5 V. Em 1937 surgiu a 6U5. Quando usada como indicadora de sintonia, a tensão do CAG do receptor é aplicada na grade do tríodo da 6U5.

Quem podia mandava instalar um “olho-mágico” no seu rádio, caso este já não o tivesse. Para facilitar existia um kit de acessórios pronto para essa finalidade, da marca Amphenol. No grupo “Restaurando Rádios Antigos”

(https://www.facebook.com/groups/www.manorc.com.br/permalink/1814322348771114/)

publicamos detalhes sobre a montagem de olhos-mágicos em rádios antigos.

Em diversos receptores brasileiros, a válvula olho-mágico era opcional. Alguns puristas podem supor que montar um olho-mágico tipo 6U5 ou 6G5 no neerlandês-americano Philips 697 VN seria “descaracterizar a originalidade do aparelho” ou proceder a uma “gambiarra”. Ao contrário: o olho-mágico estava previsto no receptor original. Como ocorria também em muitos modelos de rádios brasileiros da época, a instalação posterior era uma opção oferecida pelo próprio fabricante. Na Figura 7, a seguir, pode-se ver como devem ser feitas as conexões da válvula 6U5 ou 6G5 no Philips 697 VN.

Figura 7. Como era recomendada, em 1945,  a instalação de válvula indicadora de sintonia, tipo 6U5 ou 6G5 no Philips americano tipo 697 VN.

3 comentários sobre “Dicas e Diagramas – XIV – O Código Europeu “E” de Capacitores e Resistores”

  1. Carlos Henrique16 de agosto de 2023 às 9:18 PMResponder

    Lido com aparelhos desde meus 12 anos – tenho 69 e nunca havia lido algo pratico sobre interpretar esse codigo…

  2. Carlos Henrique16 de agosto de 2023 às 9:32 PMResponder

    Quanto aos radios Philips, mesmo sendo fa da marca – trabalhei na rede autorizada – nao considero estes – por serem produzidos nos EUA e usando valvulas octais – superiores aos originais holandeses e Mullard ingleses, que usaram valvulas loktal ou ate as rimlock…

    1. Dante Vanderlei Efrom18 de agosto de 2023 às 7:30 AMResponder

      Grato, colega Carlos Henrique. Eram tempos de guerra e de pós-guerra. Como informado no texto, quando a fábrica Philips na Holanda foi tomada pelas tropas nazistas, a empresa passou a produzir válvulas e receptores em outros países, como nos EUA, para exportação. Foi uma das poucas a produzir receptores domésticos nesse período, nos EUA. Alguns destes aparelhos chegaram ao Brasil, por importação direta ou via Argentina. Em nosso país foi restrita até a publicação de esquemas europeus na época da guerra. Éramos, em nossa família, da rede de assistência técnica da Philco americana (desde antes de 1940) e também da Philips. Pela nossa experiência, os misteriosos Philips “Made in USA”, com válvulas de tipos americanos, foram aparelhos de excelente rendimento, principalmente os para uso no campo, operando a bateria e vibrador. Muito do bom desempenho se deveu, além de bons projetos, provavelmente às válvulas. Sabe-se que a própria Philips fabricou muitas válvulas de séries americanas.

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